Vasco e Flamengo colocam em prática acordo por Maracanã ainda com pontas soltas

RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Depois de muita confusão e polêmica, Vasco e Flamengo farão neste sábado (19), às 18h30, pelo Campeonato Brasileiro, o primeiro clássico já pondo em prática as regras do acordo estabelecido entre as partes para a utilização do Maracanã, ainda que com algumas “pontas soltas”.

Inicialmente, o Vasco desejava mandar o clássico em São Januário. Porém, a Polícia Militar -através do Batalhão Especial de Policiamento em Estádios (Bepe)- bateu o pé e seguiu com a decisão de vetar o jogo no estádio vascaíno por questões de segurança.

Um grupo de advogados vascaínos sem ligação direta com o clube obteve liminar na Justiça autorizando a partida em São Januário. Mesmo assim, a diretoria do clube quis fazer valer o acordo que já havia fechado com o Flamengo no dia anterior.

Um memorando foi estabelecido, mas não foi divulgado e explicado em detalhes para o público, o que gerou dúvidas. Pela parte do Vasco, foi dito que o clube terá direito às receitas de bares, estacionamento e camarotes, algo que não tinha mesmo quando atuava como mandante no Maracanã.

A reportagem apurou, porém, que o Vasco só terá acesso às verbas de bares e estacionamento, pois os camarotes já estão vendidos pelo consórcio para a temporada após um leilão realizado.

No caso dos bares, a matemática será da seguinte forma: trata-se de um fixo estabelecido em contrato com um fornecedor por número de torcedor. Em geral, R$ 3 por pessoa. O cálculo é o mesmo utilizado nas partidas de Flamengo e Fluminense como mandantes.

O Vasco também conseguiu um grande desconto na taxa de aluguel, caindo praticamente pela metade. Este ponto era alvo de muita reclamação por parte do clube de São Januário.

Há ainda a permissão para que o Vasco personalize o Maracanã. O clube poderá “envelopar” as dependências do estádio com suas cores, utilizar bandeirinhas de escanteio com seu escudo e utilizar vídeos institucionais nos telões.

COMO O VASCO IRÁ EXERCER O DIREITO AOS MANDOS?

A principal ponta solta fica em relação ao direito do Vasco em mandar jogos no estádio. Ambas as partes confirmam que o time passa a ter a condição de organizar quatro partidas no Maracanã, em 2025; e mais quatro em 2026, além dos clássicos contra o Flamengo e o Fluminense com torcidas divididas em 50% a 50%.

Não há, porém, uma definição clara de como o Vasco exercerá este direito. Pelo lado do consórcio, o discurso é o de que o Vasco precisa avisar até três semanas antes da data que pretende mandar seu jogo. Num passado recente, todas as vezes que o clube de São Januário quis mandar uma partida no estádio, ingressou na Justiça.

Flamengo e Fluminense, em tese, sairão do Maracanã duas vezes por ano cada. Os clubes aproveitarão para vender estes mandos de campo para outros estados.

INSATISFAÇÃO DE VASCAÍNOS E FLAMENGUISTAS

O tema Maracanã tem gerado insatisfação tanto para vascaínos quanto para rubro-negros, mas cada torcida com um motivo distinto.

No caso dos vascaínos, muitos não concordaram com o acordo feito pelo presidente Pedrinho após o mesmo declarar que iria brigar para mandar o clássico em São Januário. Os críticos entendem que o dirigente “se curvou” à dupla Fla-Flu e ainda perdeu a força de jogar em seu estádio, onde sofreu apenas quatro derrotas nas últimas 41 partidas.

Já entre os torcedores do Flamengo há uma insatisfação geral com os preços de ingressos praticados pela nova diretoria, encabeçada pelo presidente Luiz Eduardo Baptista, o Bap.

Organizadas já haviam promovido um boicote em um jogo deste ano por conta da situação. Na goleada por 6 a 0 sobre o Juventude, Bap foi xingado pelos torcedores em função do mesmo motivo, mas não pretende mudar de opinião.

Questionado sobre o tema, o zagueiro Danilo não ficou em cima do muro. O jogador pediu para que a diretoria dê um jeito na situação.

“O Flamengo é uma questão cultural. É muito mais legal jogar com o Maracanã cheio. O Flamengo é do povo. Espero que essa situação possa se resolver da melhor maneira possível. Eu não faço ideia de como, mas espero que a nossa diretoria encontre um caminho bacana para que o Maracanã fique cheio o maior número de vezes possível”, disse Danilo.

BRUNO BRAZ / Folhapress

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