Veja como evitar ficar gripado com o ‘sobe e desce’ da temperatura em SP

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em tempos de oscilação nas temperaturas de São Paulo, o choque térmico faz aumentar também a predisposição do organismo a diversas condições de saúde. As mais comuns incluem infecções respiratórias, como resfriados e gripes, exacerbadas pelo enfraquecimento do sistema imunológico.

Além disso, pessoas com condições crônicas, como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), podem apresentar piora dos sintomas, assim como a rinite alérgica, que pode ser agravada pela mudança repentina de temperatura.

COMO EVITAR DOENÇAS NESSA ÉPOCA DO ANO?

A principal forma de prevenção sempre é a vacinação, diz o pneumologista Ricardo Martins, professor na UnB (Universidade de Brasília) e secretário-geral da SBPT (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia). A adesão em São Paulo é baixa para a vacinação contra a gripe. Na semana passada, o Governo decidiu estender a campanha até o dia 14 de julho após constatar que menos da metade do público-alvo recebeu as doses do imunizante até o momento.

Além disso, o fortalecimento do sistema imunológico através da construção de bons hábitos diários: boa alimentação, boas noites de sono, beber bastante água e a prática regular de atividade física são essenciais.

“O choque térmico e o frio em si não causam diretamente doenças, mas podem enfraquecer as defesas do organismo, tornando-o mais suscetível a infecções. A mudança repentina de temperatura pode afetar a mucosa respiratória, comprometendo sua capacidade de barrar agentes infecciosos”, afirma o médico infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, Leonardo Weissmann.

Dessa forma, fica mais fácil contrair tanto um resfriado comum como uma síndrome gripal, segundo Alexandre Naime Barbosa, infectologista e professor da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Botucatu.

O inverno também aumenta a tendência das pessoas ficarem em ambientes fechados, um dos fatores que torna mais provável a disseminação de vírus como o da influenza, causador da gripe.

“E aí a disseminação das doenças fica mais fácil, principalmente as doenças respiratórias. Elas vêm em virtude, inicialmente, da chegada de doenças alérgicas. Além disso, alguns vírus têm a tendência a se proliferar nesse período frio”, afirma Martins.

Por isso, voltar a lembrar de instruções dadas durante a pandemia são instruções importantes especialmente nessa época do ano: evitar aglomerações em ambientes fechados, usar máscara e lavar as mãos.

Weissmann também dá uma dica que diz respeito ao “efeito cebola”, que acontece quando a temperatura esquenta com o passar das horas e a pessoa vai tirando as roupas de frio que vestiu pela manhã.

A recomendação é usar roupas que possam ser facilmente removidas ou adicionadas conforme a mudança da temperatura.

Sobre isso, Martins alerta para a não utilização do agasalho guardado há muito tempo no armário.

“A gente sempre chama atenção para procurar lavar o agasalho, remover a poeira e evitar então que adquira uma doença alérgica ao inalar poeira acumulada no vestuário guardado o ano inteiro.”

COMO EVITAR UMA BAIXA NA IMUNIDADE NESSA ÉPOCA DO ANO?

“Manter o sistema imunológico forte é essencial, especialmente durante mudanças bruscas de temperatura”, diz Weissmann. Algumas das dicas para evitar a queda da imunidade incluem:

– Alimentação balanceada: consumir alimentos variados, incluindo frutas, legumes, carnes, peixes, ovos e grãos integrais, como arroz e pão integral. Esses alimentos fornecem as vitaminas e minerais necessários para manter seu corpo forte e saudável.

– Sono adequado: garantir de 8 horas de sono por noite para permitir que o corpo se recupere e mantenha a imunidade alta.

– Atividade física: praticar exercícios regularmente para melhorar a circulação e fortalecer o sistema imunológico.

– Controle do estresse: técnicas de relaxamento, como meditação e yoga, podem ajudar a reduzir o estresse, que é um fator de risco para a baixa imunidade.

SAIBA DIFERENCIAR AS DOENÇAS

Barbosa ressalta que, muitas vezes, existe uma confusão em relação à interpretação ou a definição de sinais e sintomas de uma doença. Segundo ele, existem principalmente três diagnósticos que se confundem.

A gripe, por exemplo, significa infecção por um vírus chamado influenza. Geralmente, os sintomas são febre alta, tosse e, por vezes, falta de ar, dor de garganta e dor de cabeça. A síndrome gripal, por sua vez, geralmente, é um quadro da infecção pelo influenza, mas também pode ser causada pela Covid.

Já o resfriado comum é uma infecção mais leve nas vias aéreas superiores, e pode ser causado por mais de uma centena de vírus.

“Esse é um quadro que se caracteriza por ausência de febre ou febre baixa, coriza, congestão nasal, dor de garganta e uma prostração, uma inatividade leve. Ou seja, o indivíduo tem uma infecção, mas de forma leve. Geralmente é causado por vírus que são menos patogênicos que o vírus Influenza”, diz.

E, em terceiro caso, existe a rinite alérgica, muito comum nesse período. “Não é uma infecção. É uma manifestação alérgica a substâncias, alérgenos que estão muito presentes nessa época”, acrescenta.

Redação / Folhapress

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