Veja exageros, distorções e imprecisões dos candidatos de São Paulo no debate da TV Globo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O último debate eleitoral antes do primeiro turno na disputa pela Prefeitura de São Paulo registrou alguns exageros, distorções e imprecisões por parte dos candidatos.

O evento foi realizado pela TV Globo, nesta quinta-feira (3), e contou com Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB), Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB) e José Luiz Datena (PSDB).

Veja exageros e imprecisões:

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GUILHERME BOULOS

O deputado do PSOL, citando uma reportagem do UOL do dia 3 de outubro, fez uma pergunta a Nunes em que dizia que o prefeito teria entregado o dinheiro da prefeitura para o cunhado do chefe do PCC.

“Por que você entregou o dinheiro da prefeitura para o cunhado do Marcola?”, questionou Boulos no debate.

O personagem citado pelo psolista é Eduardo Olivatto, chefe de gabinete da Siurb (Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras) na gestão Nunes. A reportagem do UOL afirma que uma empresa de Olivatto está em um imóvel alugado a um dos principais fornecedores contratados pela secretaria que ele chefia para obra emergenciais.

Olivatto é irmão de Ana Maria Olivatto, que morreu há mais de 20 anos e era casada com Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola, chefe do PCC.

Conforme afirma a reportagem do UOL, entretanto, “não há indício de que a relação de sua irmã com o líder da organização criminosa tenha repercutido na trajetória de Olivatto, servidor de carreira da Prefeitura de São Paulo”.

RICARDO NUNES

Nunes afirmou, durante o debate, que Guilherme Boulos já foi condenado. Não há registro, entretanto, de condenação contra o deputado do PSOL.

Ao longo de sua atuação como uma das lideranças do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Boulos já foi mencionado como “investigado” ou “indiciado” em ao menos oito inquéritos policiais.

Os casos estão relacionados a danos ao patrimônio público durante manifestações, esbulho possessório (invasão de propriedade) e resistência à prisão durante reintegração de posse. Mas nenhum dos casos gerou uma condenação na Justiça.

“Eu não tenho nenhuma investigação contra mim, não tenho nenhum indiciamento contra mim, não tenho nenhuma condenação, diferente de você. Não queira enganar as pessoas”, disse Nunes.

PABLO MARÇAL

Pablo Marçal citou uma frase e atribuiu ela ao escritor Eça de Queiroz. “Como Eça de Queiroz dizia, políticos e fraldas devem ser trocados pelo mesmo motivo”, afirmou.

Entretanto, não existem registros de que o autor tenha elaborado a frase. A atribuição é mais uma na lista de frases comumente atribuídas na internet a escritores de renome.

TABATA AMARAL

Tabata exagerou ao afirmar no debate que a gestão Nunes herdou uma cracolândia e entregará 72 ao fim do mandato.

Levantamento da própria prefeitura em 2014, na gestão de Fernando Haddad (PT) apontava a existência de 30 pontos de uso de drogas espalhados pela capital paulista.

Alguns destes pontos já se concentravam em regiões como o mercado municipal e a Ceagesp.

A deputada afirmou no programa que Nunes “foi além. Ele recebeu uma cracolândia e está entregando 72 cracolândias. Como pode andar tanto para trás?”.

JOSÉ LUIZ DATENA

Datena exagera ao dizer que 120 milhões de pessoas morreram na China durante o regime de Mao Tsé-tung. Apesar de não haver estatística oficial, algumas cifras estimadas por especialistas apontam de 20 a 60 milhões de mortos entre os anos de 1958 e 1962.

Datena também erra ao falar sobre Josef Stalin. Estima-se que cerca de 20 milhões de pessoas morreram ao longo do regime de Stalin na União Soviética, de 1927 a meados de 1953, não 70 milhões como afirmou Datena.

No debate, o candidato disse que “nos extremos só tem coisa ruim. O comunismo de extrema esquerda do Stalin, do Trótsky, do Lenín. O Stálin matou 70 milhões de pessoas. O Mao Tsé-tung matou de fome mais de 120 milhões de pessoas.”

TAYGUARA RIBEIRO / Folhapress

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