BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – A Argentina se aproxima das eleições presidenciais de outubro sob grande incerteza e com ao menos oito nomes viáveis, divididos entre governistas peronistas, oposição macrista e ultradireita. Neste sábado (25), termina o prazo para que essas coalizões definam quem vai concorrer às primárias, em 13 de agosto.
O primeiro turno acontece em 22 de outubro e o segundo, se necessário, em 19 de novembro. Abaixo, veja quem são os principais pré-candidatos que permanecem na corrida, depois que o presidente, Alberto Fernández, sua vice, Cristina Kirchner, e o ex-presidente Maurício Macri desistiram da disputa.
GOVERNISTAS PERONISTAS
Axel Kicillof, 51
É governador da província de Buenos Aires (que não inclui a capital federal) desde 2019 e era considerado pré-candidato à reeleição até poucos dias atrás, mas seu nome passou a ser aventado nos bastidores como possível favorito de Cristina Kirchner à Presidência.
Economista, ele foi ministro desta pasta de 2013 a 2015, no segundo mandato da ex-presidente, quando promoveu o consumo e a restrição à compra de dólares. Kicillof se aproximou da madrinha política ao assumir um cargo na direção financeira da companhia aérea estatal Aerolíneas Argentinas.
Daniel Scioli, 66
Embaixador da Argentina no Brasil desde 2020, é conhecido por ter conseguido uma trégua entre os governos de Jair Bolsonaro e Alberto Fernández. Vai tentar a Presidência pela terceira vez. Em 2015, chegou ao segundo turno, mas perdeu para Mauricio Macri por 51% a 48%.
Já foi duas vezes deputado federal, vice-presidente de Néstor Kirchner (2003-2007) e governador de Buenos Aires (2007-2015). Antes da política, foi oito vezes campeão mundial de motonáutica (jet ski), no qual sofreu um acidente que amputou seu braço direito, e também diretor da empresa Electrolux.
Eduardo ‘Wado’ de Pedro, 46
É ministro do Interior de Fernández e só surgiu como cotado à Presidência em abril, quando o presidente desistiu da corrida eleitoral. Advogado, começou a carreira política em 2006 como um dos fundadores da organização política juvenil La Cámpora, que apoia presidentes kirchneristas.
Foi também vice-presidente da companhia aérea estatal Aerolíneas Argentinas, um dos diretores da Telecom Argentina e depois deputado federal por dois mandatos (2011 a 2019). Nesse meio tempo, exerceu o cargo de secretário-geral da Presidência de Cristina Kirchner em 2015.
Sergio Massa, 51
Foi nomeado ministro da Economia por Fernández em julho de 2022. Antes, foi presidente da Câmara por três anos e prefeito de Tigre por outros seis. Também foi chefe de gabinete de Cristina por um ano.
Formado em direito e de perfil conciliador, é visto como um ministro com a função de “segurar as pontas” do governo até as eleições. Viu a popularidade cair junto à de Cristina e de Fernández devido à economia.
OPOSIÇÃO MACRISTA
Horacio Larreta, 57
Está terminando seu segundo mandato como governador de Buenos Aires. Formado em economia, foi chefe de gabinete de Maurício Macri quando ele ocupou o mesmo cargo no passado, de 2008 a 2015.
Os dois fundaram juntos o partido Proposta Republicana (PRO), do qual fazem parte hoje. Gerou uma crise interna recentemente com o colega e seus concorrentes à Presidência por agendar as eleições locais de Buenos Aires junto com as nacionais sem consultar o partido.
Patricia Bullrich, 67
É uma das lideranças da coalizão Juntos por el Cambio e, até abril, era presidente do Proposta Republicana, do qual pediu uma licença para participar da campanha. Foi ministra da Segurança de Macri (2015-2019) e deputada federal por Buenos Aires (2007-2015).
Antes, atuou como ministra do Trabalho e Segurança Social na gestão de Fernando de la Rúa (1999-2001). Tem se movimentado para se aproximar do concorrente Javier Milei, dizendo que atuará junto com ele em propostas se ganhar, de olho em seus eleitores.
ULTRADIREITA
Javier Milei, 52
Economista e professor, o ultraliberal foi eleito deputado federal em 2021. É líder do Partido Libertário e da sua coalizão, A Liberdade Avança. Ficou conhecido a partir de 2018 por críticas contundentes às gestões de Cristina, Macri e Fernández e por seu modo agressivo de falar.
Naquele ano, chamou uma jornalista de “burra” e teve que pedir desculpas na Justiça. Define-se como anarcocapitalista e tem como principal proposta a dolarização da economia argentina. Costuma atrair principalmente o eleitorado jovem, e sua vice é a também deputada Victoria Villarruel.
JÚLIA BARBON / Folhapress