Velório de Aracy Balabanian reúne fãs e artistas como Marisa Orth e Claudia Raia

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Em cerimônia aberta ao público, o corpo da atriz Aracy Balabanian, que morreu no Rio de Janeiro aos 83 anos, é velado na manhã desta terça-feira, dia 8, no Theatro Municipal da cidade.

Aracy Balabanian morreu nesta segunda-feira (7) na Clínica São Vicente, na zona sul do Rio. A atriz realizava travamentos contra um câncer desde o fim do ano passado.

A cerimônia ocorre no Salão Assyrio do teatro, das 10h às 13h. Em seguida, a atriz será cremada em cerimônia fechada, apenas para amigos e familiares, no Cemitério do Caju.

O velório aberto era um desejo da atriz, e foi viabilizado por amigas como a figurinista Gogoia Sampaio e a diretora Denise Saraceni, para que ela recebesse uma última homenagem de fãs que a acompanharam ao longo da carreira de sucesso.

Os ventos fortes da madrugada e a manhã de chuva no Rio de Janeiro não impediram que o público estivesse presente para uma última homenagem.

Foi o caso de Janete Vaz e Onival, casal de turistas que estão passando a semana no Rio de Janeiro. Ao receberem a notícia da morte da atriz, procuraram saber detalhes sobre o velório.

“Acompanhamos a carreira da Aracy, uma ótima atriz e boa pessoa. Não a conhecíamos pessoalmente, mas fez parte das nossas vidas. Ela merece todas as homenagens”, afirmou Janete.

Os atores Luís Miranda e Mariana Ximenes também estiveram presentes no velório. Eles ressaltaram a importância da atriz para a dramaturgia brasileira. “Aracy está na história. Vão copiar, ouvir, compartilhar, olhar tudo o que ela fez. Aracy deixou um legado de amigos que encontraram nela um alicerce. Nós éramos filhos dela, estamos todos sem mãe”, afirmou Miranda.

“Ela foi um exemplo de respeito, de dedicação profunda ao ofício. Viemos celebrar a vida dela. Vou guardar para sempre até os áudios divertidíssimos dela”, completou Ximenes.

Também foram ao local artistas como Isabelle Drummond, Enzo Raia, Mateus Solano, Tony Ramos, Marisa Orth e Marieta Severo.

Emocionada, a atriz Claudia Raia falou sobre a decisão de vir até o Rio de Janeiro para que Aracy pudesse conhecer seu filho Luca, prestes a completar seis meses de idade. “A iniciativa foi minha. Ela fez um café da tarde maravilhoso, foi toda uma emoção da gente se reencontrando. Foi um momento lindo e, por acaso, a última imagem que tive dela.”

O maquiador e fotógrafo Fernando Torquatto, conhecido por trabalhar com celebridades, foi um dos primeiros a chegar ao local e contou que foi o responsável por cuidar da imagem da atriz para o velório.

“Ela me chamava para fazer a maquiagem em todos os momentos importantes. As pessoas próximas acharam natural que eu cuidasse dela hoje também. Foi uma situação diferente, mas é o meu ofício. Tentei realçar a beleza dela com delicadeza e suavidade”, diz.

Aracy, segundo depoimento de sua empresário, morreu ouvindo música clássica, especificamente o “Bolero”, de Maurice Ravel. Nos dias anteriores, recebeu visitas de celebridades como Tony Ramos e Julia Lemmertz.

“Estou com o coração apertado. A Aracy que o público não conhece é bem parecida com a que o público conhece”, afirmou a atriz Monica Torres, também presente na cerimônia. “Alto astral, alegre, transparente. Talvez o que não saibam é que ela era muito generosa em cena com os parceiros.”

“A Aracy era uma festa. Só me vem a cabeça a palavra amor. Ela se aprofundava com as pessoas, com os amigos dela. Ela tinha muitos amigos, sempre foi muito querida e muito amada. Para mim fica uma saudade, mas uma saudade muito viva. A Aracy não morre”, afirma a atriz Débora Lamm.

“Ela era uma mulher muito disposta, humilde, maternal. Lembrava de todo mundo, do aniversário de todo mundo”, diz Marisa Orth. “Não é só porque morreu que todo mundo fala bem, ela realmente era muito mais legal que o normal. Ela me ensinou muito.”

“A Aracy deixou um legado para a minha geração, ela desbravou um mundo numa época em que ser atriz não era aceito como é hoje. Ela venceu obstáculos até familiares para construir esses legados”, afirma Isabelle Drummond. “Ela deixou muito para a arte, para atrizes e atores, mas para mim ela deixou uma amizade profunda. Nos tornamos muito amigas, fomos muito próximas até o fim.”

Pouco antes de o caixão ser fechado, foi cantada uma versão em ópera de Ave Maria, acompanhada de um piano. A homenagem foi aplaudida de pé por amigos, fãs e familiares.

Filha de imigrantes armênios, Aracy nasceu em 22 de fevereiro de 1940 em Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. Caçula de sete irmãos, estreou na TV Globo na novela “O Primeiro Amor”, de Walther Negrão, em 1972.

Ainda na década de 1970, a atuou no programa infantil “Vila Sésamo” e marcou uma geração inteira interpretando Gabriela, personagem que ajudava crianças com dicas e ensinamentos.

Um dos maiores sucessos da Aracy foi a personagem Cassandra, no programa de humor “Sai de Baixo”, exibido entre 1996 e 2002. Com muito carisma e improvisos em cena, a atriz se divertia e divertia o público fiel da produção.

Ao todo, foram cerca de 50 trabalhos na teledramaturgia. No teatro, ela atuou em mais de 25 peças, incluindo a histórica montagem de “Hair”, em 1969. Em quase sete décadas de atuação, se firmou como uma das maiores atrizes do país.

Com bom humor, talento e uma carreira repleta sucessos, Aracy conquistou um público fiel ao longo dos anos e se tornou uma das mais prestigiadas atrizes do país. O último trabalho na TV foi em 2019, no especial “Juntos a Magia Acontece”.

As imagens mais recentes de Aracy Balabanian foram compartilhadas em rede social há menos de um mês pela atriz Claudia Raia, que levou seu filho Luca até a casa da ex-companheira de cena e amiga pessoal.

VITÓRIA AZEVEDO / Folhapress

COMPARTILHAR:

Participe do grupo e receba as principais notícias de Campinas e região na palma da sua mão.

Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

NOTÍCIAS RELACIONADAS