SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O feriado do Carnaval é um período em que muitos moradores de áreas urbanas preferem fugir da folia e viajar para regiões de mata e zona rural. É essa movimentação de turistas para acampamentos e trilhas que preocupa a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) por oferecer maior risco de contaminação por febre amarela, já que o principal ciclo da doença hoje é silvestre, transmitida pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes.
Neste ano, o estado já registrou 15 casos e nove mortes pela doença. Em nota, a secretaria informa que a cobertura vacinal é de 80% e reforça a importância da imunização, que demora cerca de 10 dias para criar anticorpos.
A vacina conta a febre amarela faz parte do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e está disponível gratuitamente nas unidades de saúde. O estado declara a importância da vacinação e diz que, em oito das nove mortes, as pessoas não haviam se vacinado.
A imunização é feita em dose única e dura a vida inteira. Ou seja, quem está imunizado não precisa se vacinar novamente. Em crianças de até cinco anos são administradas duas doses: uma aos nove meses e outra aos quatro anos.
Em 2018, uma campanha emergencial de vacinação contra a febre amarela utilizou doses fracionadas da vacina para abranger uma parcela maior da população. Quem se vacinou nesse período deve procurar uma unidade de saúde para a revacinação. A exceção são pessoas que tomaram a vacina para emitir certificado de viagem.
Gestantes, lactantes e idosos precisam de uma avaliação médica antes de se vacinarem. Pessoas com o vírus HIV sem tratamento, que estão realizando quimioterapia ou tratamentos imussupressores não devem se vacinar, devido à baixa imunidade.
Os sintomas de febre amarela envolvem febre, dores de cabeça e no corpo, náusea, vômito e fadiga. Além disso, nos casos mais avançados da doença, a pessoa pode apresentar o amarelamento da pele e dos olhos, condição chamada de icterícia.
A transmissão da doença não ocorre diretamente entre macacos e humanos. O principal ciclo da febre amarela hoje é silvestre, transmitida pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes.
Além da vacina, é recomendado evitar adentrar áreas de mata densa e eliminar possíveis focos de mosquitos transmissores. Quem for visitar regiões rurais ou de mata, o uso de repelente e roupas que cubram todas as partes do corpo é indispensável.
GIULIA PERUZZO / Folhapress