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ViaMobilidade diz que câmeras de seguranças estavam desligadas em morte na estação

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A concessionária ViaMobilidade admitiu que estavam desligadas as câmeras corporais dos agentes de segurança que participaram da agressão a um homem que acabou morto no último dia 11 de novembro na estação de trem Carapicuíba, da linha 8-diamante, na Grande São Paulo.

Na quarta-feira (4), um dos seguranças foi preso por suspeita de homicídio doloso qualificado. Outros três são investigados pela Polícia Civil de Carapicuíba. O caso vinha sendo tratado como morte acidental.

Os nomes dos seguranças não foram informados pela polícia e a reportagem não conseguiu contato com seus advogados.

A prisão ocorreu após laudo do IML (Instituto Médico Legal) ter sido encaminhado à autoridade policial e anexado ao inquérito. O documento apontou morte por asfixia mecânica em decorrência de esganadura e politraumatismo.

Nesta quinta, quando demitiu seis seguranças, a ViaMobilidade disse que sindicância realizada pela concessionária apontou que os agentes não acionaram as câmeras corporais, em desacordo com a normativa e treinamentos da companhia, não gerando assim, imagens sobre a ocorrência.

“As câmeras corporais são utilizadas pelos agentes de segurança que têm maior interação com os clientes ou atuam em estações em que há maior probabilidade de intervenção”, afirma a empresa. “Os equipamentos devem ser ligados sempre que houver uma abordagem, interação ou ocorrência em curso.”

Imagens de vídeo mostram quando Jadson Pires chega à estação aparentemente desorientado. Ele passa por cima e por baixo de catracas, quando é chutado por um homem de camiseta preta e depois arrastado pelos agentes.

O homem de camiseta preta é um guarda civil. Segundo a ViaMobilidade, ele não tinha ligação com a operação da concessionária. Em seguida, a vítima é arrastada pelas pernas para fora da estação.

Para tentar conter a vítima, o segurança que foi preso chegou a colocar um dos joelhos nas costas de Jadson, deitado no chão. Aparentando estar desacordado, ele é carregado pelos agentes para um outro lugar da estação, quando foi chamado socorro médico.

Uma imagem feita por celular mostra seguranças tentando fazer massagem cardíaca na vítima.

“Ao adentrar a estação de Carapicuíba, Jadson se mostrava bastante agitado e não respondia às orientações, sendo contido por um guarda civil e seguranças da empresa depois de ter invadido a linha de bloqueio por diversas vezes. Após um mal súbito, recebeu os primeiros socorros ainda no local e foi encaminhado pelo Samu a uma unidade de pronto-atendimento, onde foi constatado o óbito”, afirmou a concessionária na terça-feira (3).

Em outra nota, a concessionária diz que desligou os seis seguranças com base no resultado da sindicância interna, que aguardava a liberação do laudo pericial do IML (Instituto Médico Legal), que ocorreu na quarta-feira.

“Eles já estavam afastados de suas atividades desde o dia da ocorrência. A investigação interna concluiu que a atuação dos profissionais descumpriu o código de conduta, os protocolos de atendimento e treinamentos recebidos da companhia”, diz a nota.

A ViaMobilidade afirma ainda que deu início a um processo de reciclagem de 100% do seu quadro de agentes e reforçará a capacitação voltada ao atendimento de pessoas em situação de vulnerabilidade ou sob o efeito de substâncias entorpecentes.

“Adicionalmente, a concessionária aumentou o rigor das medidas disciplinares e instaurou a obrigatoriedade de justificativa formal sempre que houver a necessidade de uso da força no exercício das atividades”.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública, diligências seguem em andamento pelo 1° DP de Carapicuíba para o esclarecimento dos fatos.

FÁBIO PESCARINI / Folhapress

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