CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) – Eleito prefeito de Canoas (RS) neste domingo (27), Airton Souza (PL) se tornou alvo de uma investigação ao aparecer em um vídeo tirando um maço de dinheiro com notas de R$ 100 da cintura e o entregando a uma pessoa, cujo rosto não é revelado.
Souza, que é vereador na cidade, nega ilegalidades e trata o caso como uma tentativa de “tumultuar o processo eleitoral”.
No vídeo, que circula nas redes sociais sem áudio, Souza está dentro de um carro e aparentemente não sabe que está sendo filmado. Não é possível saber quando o vídeo foi gravado, nem as circunstâncias da entrega do dinheiro.
Em nota enviada à Folha de S.Paulo nesta terça (29), o Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul afirmou ter enviado um ofício à Polícia Federal pedindo a instauração de um inquérito para apurar os fatos.
Em nota, o prefeito eleito afirmou que “o vídeo não diz respeito a qualquer ato de campanha”.
“Era dinheiro meu, declarado, sendo usado para pagar um compromisso pessoal. Por isso eu me reservo ao direito de não detalhar o tema. Esta é mais uma tentativa de tumultuar o processo eleitoral. Quem perdeu, quer criar um terceiro turno em Canoas”, afirmou.
Souza foi eleito prefeito com 52,12% dos votos no segundo turno, em uma disputa com o atual mandatário, Jairo Jorge (PSD). Bolsonarista, Souza se apresentou ao eleitorado como “cristão, conservador, patriota e otimista”.
Mais cedo, em entrevista à Rádio Gaúcha, o prefeito eleito disse que costuma manter consigo uma quantia de dinheiro em espécie.
“Há mais de dez anos eu faço sempre uma reserva econômica do que eu ganho no ano. A cada ano eu reservo 10%, 15%, do que eu ganhei no ano, e deixo uma reserva de recursos. E ali eu estava honrando um compromisso pessoal. Não foi dentro do comitê [eleitoral], foi dentro do carro”, disse à rádio.
“E por que estava na cintura? Porque se eu botar no bolso aquele volume chamaria atenção. Então eu fui de boa-fé, estava honrando um compromisso, e as pessoas querendo fazer um sensacionalismo. Isso é bem tranquilo para mim, porque está na minha declaração de Imposto de Renda”, continuou.
CATARINA SCORTECCI / Folhapress