SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um vídeo divulgado nesta quinta-feira (19) mostra soldados das Forças Armadas de Israel empurrando corpos de palestinos mortos durante uma operação na Cisjordânia de um telhado. As imagens mostram três soldados chutando, arrastando e empurrando um cadáver até que ele cai de uma distância de vários andares.
Na sexta (20), Israel disse que vai abrir uma investigação para apurar o caso, que chamou de sério e “incompatível com nossos valores”. Os Estados Unidos, principal aliado de Tel Aviv, disseram estar cientes do ocorrido e afirmaram ter recebido promessas de autoridades israelenses de que os culpados seriam responsabilizados.
O incidente aconteceu na cidade de Qabatiya, na Cisjordânia ocupada. O tio de um dos palestinos mortos, Zakaria Zakarneh, disse à agência de notícias Reuters que os soldados foram até o telhado depois que os homens já estavam mortos.
“Eles tentaram transportar os corpos com uma escavadeira. Quando isso não deu certo, começaram a jogá-los de lá de cima. Eu fiquei furioso e muito triste, mas não pude fazer nada”, disse Zakarneh. Tel Aviv confirmou ter matado sete pessoas durante a operação, que supostamente mirou combatentes armados.
“Achamos [o incidente] profundamente preocupante. Se for verdade, é um exemplo de comportamento abominável e muito sério da parte de soldados profissionais”, disse o porta-voz da Casa Branca John Kirby nesta sexta.
Desde o início da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas em 7 de outubro, Tel Aviv tem realizado operações contra palestinos na Cisjordânia ocupada quase diariamente, matando pelo menos 630 pessoas e prendendo milhares. A violência de colonos judeus que moram em assentamentos ilegais no território palestino também aumentou, com a anuência das Forças Armadas israelenses.
Na quarta (18), a Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou uma resolução exigindo o fim da ocupação da Faixa de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental por Israel em até 12 meses, incluindo a remoção dos assentamentos.
Uma vez que a Cisjordânia está sob administração militar de Tel Aviv, mas os cidadãos israelenses nos assentamentos são regidos pela lei civil, a existência desses povoados é um dos argumentos utilizados por ativistas e especialistas que acusam Tel Aviv de apartheid contra a população palestina.
Também nesta sexta, as Forças Armadas de Israel mataram 27 pessoas em novo ataque contra a Faixa de Gaza, de acordo com o Ministério da Saúde do território, controlado pelo Hamas. A ação acontece em paralelo aos mais de 100 bombardeios de Israel contra o grupo armado Hezbollah, no Líbano.
Redação / Folhapress