Vigilância 24 h e cela de 6 m²: como ficará Rogério de Andrade na prisão

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O contraventor Rogério de Andrade foi transferido nesta terça-feira (12) para o presídio federal de Campo Grande determinação da 1ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

O contraventor foi levado na terça-feira ao presídio federal de Campo Grande (MS) em uma operação coordenada pela polícia penal federal. A ação, que teve escolta terrestre e aérea, contou com o apoio de agentes do Rio de Janeiro. Rogério de Andrade embarcou por volta do meio-dia do aeroporto do Galeão, no Rio, para Campo Grande.

Rogério de Andrade passará por ao menos 20 dias isolado em uma cela de inclusão, de 6 m², separada das celas definitivas. Em meio a esse processo de adaptação, os policiais penais irão explicar toda a nova rotina ao novo custodiado pelo sistema prisional federal.

Nesse período, o quadro clínico dele será avaliado pela equipe de assistência. Durante a avaliação, os agentes irão verificar se há necessidade de atendimentos especiais, que incluem restrições alimentares, medicações e coleta para exames laboratoriais.

Presídio federal tem monitoramento o tempo todo. Imagens e áudios são registrados durante 24 horas e material pode ser usado como provas de crimes.

DENUNCIADO PELO MP POR ASSASSINATO

O contraventor foi denunciado pelo MP como mandante de um assassinato ocorrido em 2020 em um heliporto no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste da capital fluminense. Fernando Iggnacio Miranda foi morto em uma emboscada no estacionamento do local.

Matadores de aluguel usaram táticas militares para matar o rival do contraventor Rogério de Andrade, indicam investigações. A vítima foi atingida por cinco tiros de fuzil a uma distância de cinco metros.

Cinco dos outros seis denunciados pelo crime têm passagens pela PM. Preso em fevereiro de 2023 por suspeita de recrutar os matadores, o sargento reformado Márcio Araújo de Souza acabou sendo solto pelo STF.

Ex-PM Gilmar Eneas Lima, acusado de ter feito o monitoramento da vítima, foi preso na mesma ação que capturou Rogério de Andrade. Os dois foram denunciados por homicídio qualificado. A reportagem não localizou a defesa deles. O espaço segue aberto para manifestações.

DISPUTA PELO CONTROLE DO JOGO DO BICHO

Morte de Castor de Andrade em 1997 deu início a uma disputa pelo controle do jogo do bicho e de máquinas de caça-níqueis na zona oeste do Rio. Segundo investigações da Polícia Federal, mais de 50 assassinatos até 2007 são atribuídos à guerra da contravenção.

Em 1998, o assassinato de Paulo Andrade, o Paulinho, fez com que Fernando Iggnacio, genro de Castor, assumisse o lugar dele na disputa. O próprio Rogério, que era sobrinho de Castor, foi vítima de uma tentativa de assassinato em 2001. Em abril daquele ano, o filho dele, com 17 anos na época, morreu em um atentado a bomba na Barra da Tijuca, quando o carro que dirigia explodiu.

No documentário “Vale o Escrito”, Rogério de Andrade é descrito como “senhor do crime” por Bernardo Bello. Ele é ex-marido de Tamara Garcia, que faz parte de outra família importante no jogo do bicho carioca.

LORENA BARROS, HERCULANO BARRETO FILHO E GUSTAVO FREITAS / Folhapress

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