Volante do Fluminense vê Diniz diferente na seleção e projeta ‘muitos shows’

CUIABÁ, MT (UOL/FOLHAPRESS) – André é um dos jogadores que trabalham com Fernando Diniz no clube —o Fluminense— e na seleção brasileira. Segundo o volante, o treinador ainda não se soltou completamente e faz uma previsão para quando Diniz “pegar intimidade”.

“Acho que da mesma forma que ele tenta ajudar nosso time lá, ele tenta passar aqui. É óbvio que o tipo de tratamento dele é um pouco diferente. Aqui ele está lidando com os melhores jogadores do mundo e por onde ele passa ele acaba pegando jogadores no início de carreira. Tratamento é um pouco diferente. Em questão de ideia, está tentando implantar as dele, mas não deixando de fazer o que a seleção já fazia bem. As duas coisas estão sendo importantes. A paciência dele também, ele se altera durante o jogo, mas está tendo paciência também”, disse André, antes do primeiro treino com bola da seleção brasileira em Cuiabá, onde fará na quinta-feira o jogo contra a Venezuela, pelas Eliminatórias.

Quando Diniz vai ser o mesmo do Flu na seleção? “As vezes que vocês vêem ele se alterando na televisão, ele se entrega muito por nós, no dia a dia mais ainda. Apesar da forma de trabalhar dele, nosso time se sente muito à vontade. No Flu, a gente já conhece e tem relação muito próxima. Aqui também ele não vai mudar muito o jeito de ser. Independentemente de quem está na frente dele, ele vai tentar ajudar ao máximo para a equipe evoluir. Quando ele pegar mais intimidade vocês vão ver mais alterações”.

André aposta em show da seleção em breve. “Diniz tem muita característica de jogar com a posse e jogo aproximado, mas ele tem batido muito na tecla da parte de marcação. É muito importante e o Brasil já tem um histórico bom do trabalho do Tite. Ele está tentando reforçar muito a parte da marcação para aí depois implantar o jogo dele. Nosso time tem os melhores jogadores, muita qualidade, com o estilo dele de muita posse, todo jogador vai ter sua oportunidade de brilhar. Acho que não tem como o Brasil dar errado. Quando todo mundo tiver mais tempo, trabalho mais longo, todos entrosados, tenho certeza que a torcida brasileira vai ver muitos shows e ficar muito alegre de ver o Brasil”.

OUTRAS RESPOSTAS DO ANDRÉ

André tranquilo

Acho que é mais da minha trajetória. Apesar da minha mãe falar que eu era muito bravo quando pequeno, depois que eu saí de casa para buscar meu sonho, tive que aprender muita coisa e respeitar o espaço do próximo e obedecer às regras é um caminho a ser seguido. Por isso, passei grande parte da minha trajetória sozinho, refletindo bastante sobre as coisas. Acho que também por natureza, sou um cara muito tranquilo, dentro de campo tem algumas brigas e discussões, normais pela minha posição, mas tento levar a vida na maior paz possível.

Conexões pessoais

Tratamento dele com as pessoas, a forma com que ele conversa, tenta procurar ao máximo para entender o que o jogador está passando fora de campo. A partir daí o jogador se sente bem para fazer dentro de campo. Ele fala que o jogador tem que estar feliz, principalmente fora de campo, para chegar na hora dos jogos usufruir, se divertir dentro de campo, jogar como se jogasse uma pelada de rua. Essa é a grande diferença dele e a parte tática também que é muito interessante, mas eu não vou poder falar.

Herdeiros do Casemiro

É muito satisfatório estar aqui sempre disputando com os melhores na seleção brasileira que tem os melhores do mundo. Casemiro vem sendo nos últimos anos um jogador top-1 da Europa, nas melhores competições, então estar aqui aprendendo, toda vez que venho tem sido de muito aprendizado. Procuro aprender movimentos, na parte da marcação também, é o jogador que mais parece comigo na posição de primeiro volante. Está sendo de muito aprendizado. Não só ele, como o Bruno Guimarães também tem feito as duas últimas temporadas de excelência. É procurar olhar eles e seguir o mesmo caminho.

Centroavante no início da carreira

É muito difícil falar nessa linha. Agora que eu estou aqui, mudei de posição e cheguei na seleção, mas realmente são coisas que a gente não consegue explicar, só o futebol proporciona. Saí da Bahia com sonho de virar jogador e ser artilheiro, e com o passar dos anos fui descendo, segundo atacante, meia, segundo volante, primeiro volante e agora às vezes jogando na zaga também. É muito diferente, mas só com o tempo a gente vai aprendendo. Sempre fui muito interessado, jogador de equipe. Onde tiver que jogar, vou estar disponível.

Já convivem com Diniz

Estamos sempre aprendendo, apesar de estar com ele no dia a dia e as coisas que ele pede estarem automatizadas na cabeça. Quando alguém tiver interesse, é buscar orientar o jeito de se posicionar para entrar no estilo dele. Ele está aplicando as ideias aos poucos, deixando na zona de conforto com o que vinha fazendo com o Tite e a partir daí aplicando o estilo dele, que precisa de muito tempo e aqui é pouco. Vamos treinar hoje no campo e amanhã já é pré-jogo, é muito rápido. Vale ressaltar a entrega dos jogadores, todos muito interessados, a paciência do Diniz com todos e tenho que certeza que ao longo dessa preparação vai dar certo.

Construção na seleção

É jogo a jogo. Bolívia e Peru não nos pressionaram tanto, acaba que não tem necessidade do volante descer muito para jogar. Contra a Venezuela também, creio que não vão subir para pressionar. Já contra o Uruguaio creio que vai ser o jogo mais difícil, ainda mais na casa deles, vão procurar pressionar. Diniz vai implantar nesses dias a maneira dele de sair jogando de acordo com o que os jogadores se sintam à vontade. A gente vai procurar se aproximar do Ederson para sair jogando e tentar fazer o time deles marcar alto e deixar espaço no fundo.

Sonhos pessoais

Todo jogador sonha, sim, com a Copa do Mundo. Mas o que tenho aprendido com o Diniz desde o Fluminense é que a gente tem que trabalhar ao máximo no dia a dia sem olhar muito para o futuro, procurar fazer o melhor sempre para que as coisas possam acontecer. Um ano atrás, eu não imaginava estar aqui, apenas fazia meu trabalho no Flu. Aos poucos fui ganhando destaque naturalmente, fruto de muito trabalho. Depois que o Diniz chegou nosso time passou a jogar melhor, com futebol atraente, questões táticas eu evoluí muito. Estive em todas as convocações esse ano e é continuar trabalhando.

EDER TRASKINI / Folhapress

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