SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Volta ao trabalho nos EUA enfrenta resistência, Caixa recua de cobrança de Pix para PJ e outros destaques do mercado nesta terça-feira (20).
**DOAÇÃO, COBRANÇA, PROTESTOS: A VOLTA AO PRESENCIAL NOS EUA**
As grandes empresas dos EUA quebram a cabeça para tentar convencer os trabalhadores a voltarem ao trabalho presencial, pelo menos por alguns dias, como mostra o New York Times.
A Salesforce, gigante de software para empresas, disse que iria doar US$ 10 para uma instituição de caridade local a cada dia que um funcionário aparecesse no trabalho no período de 12 a 23 de junho, segundo a revista Fortune.
Outras empresas têm adotado uma estratégia que pode atingir diretamente o bolso dos funcionários.
É o caso do Google, que avisou aos trabalhadores que seus registros de frequência nos escritórios serão considerados nas avaliações internas de desempenho. Grandes bancos de Wall Street também monitoram a presença.
A Meta disse aos funcionários que espera vê-los três dias por semana a partir de setembro, a Disney falou em quatro dias, a Amazon enfrentou protestos de funcionários quando sugeriu três, e Elon Musk, de Tesla e Twitter, odeia trabalho remoto.
E AQUI?
Grandes empregadoras no Brasil seguem disponibilizando o modelo híbrido de trabalho como opção a trabalhadores.
A Folha de S.Paulo mostrou, porém, que as vagas totalmente presenciais abertas após a pandemia ainda são maioria nas ofertas de emprego.
O levantamento foi feito pela plataforma de recursos humanos Infojobs.
**EVE ACERTA MAIS ENCOMENDAS DE ‘CARRO VOADOR’**
A Eve, companhia controlada pela Embraer, divulgou ter fechado cartas de intenção com três empresas para a encomenda somada de até 150 eVTOLs (aeronaves elétricas de pouso e decolagem vertical, conhecidas como “carros voadores”).
OS PEDIDOS
– 70 unidades para a brasileira Voar, que planeja levar a operação para regiões metropolitanas de algumas capitais e destinos turísticos brasileiros.
– Até 50 aeronaves para a norueguesa Widerøe, por meio da iniciativa Widerøe Zero. O acordo também envolve um pacote de soluções de serviço e operação da Eve.
– 15 unidades para a dinamarquesa Nordic Aviation Capital, que também terá a opção de adquirir mais 15 para alugar para operadores de frota.
ENTENDA
Os eVTOLs são considerados como uma alternativa mais barata, silenciosa e menos poluente que os helicópteros.
A Eve é uma das empresas mais avançadas nesse mercado e prevê que suas entregas devem começar em 2026. A empresa divulgou em maio ter 2.770 encomendas as da brasileira Voar já estão nessa conta.
Os primeiros voos deverão custar entre US$ 50 e US$ 100 (R$ 480) por passageiro, durar no máximo 15 minutos e ter quatro tripulantes além do piloto. No futuro, as viagens podem acontecer sem um humano no comando.
A empresa divulgou as encomendas durante o Paris Air Show, evento em que fabricantes fizeram demonstrações dos veículos (veja aqui).
**CAIXA SUSPENDE COBRANÇA DE PIX PARA PJ**
Após ordem do Palácio do Planalto, a Caixa suspendeu sua decisão de começar a cobrar uma tarifa pelas transferências via Pix feitas por pessoas jurídicas.
O banco público havia informado que iniciaria a cobrança em 19 de julho para cliente que seja pessoa jurídica privada, mas deixando de fora MEI (microempreendedor individual) e pessoa jurídica pública.
ENTENDA
A possibilidade de cobrança de Pix para PJs está numa resolução de 2020 do Banco Central. O meio de pagamentos é o mais popular do Brasil.
A Caixa disse que a decisão pela tarifa veio no ano passado e só foi anunciada agora porque estava à espera de um acerto tecnológico.
O que o banco estatal planejava cobrar:
– Transferências de PJ a pessoa física, chave Pix e iniciador de pagamento.
– Envio de PJ para PJ por meio de inserção manual de dados e chave Pix.
– O valor mínimo seria de R$ 1, e o máximo, de R$ 8,50.
QUEM COBRA
A tarifa já é praticada por grandes bancos, como o Itaú, o Bradesco e o Banco do Brasil.
– Bancos digitais como o Neon e o C6 Bank afirmam que não fazem essa cobrança sobre PJ.
– Veja aqui quais instituições cobram e como são as tarifas.
**’CARRO POPULAR’: DESCONTO SEGUE APENAS PARA PESSOAS FÍSICAS**
O governo prorrogou por 15 dias o prazo para que apenas pessoas físicas possam adquirir carros leves com os descontos entre R$ 2.000 e R$ 8.000 bancados pela União.
ENTENDA
A renovação estava prevista pela medida provisória que deu origem ao programa e não envolve nenhum aumento do valor.
As empresas poderiam ter acesso aos descontos a partir desta terça (21), mas com a prorrogação, elas terão que esperar um pouco mais.
No caso de caminhões e ônibus, os benefícios que antes eram restritos a transportadores autônomos, microempreendedores e empresas de pequeno porte agora também podem ser acessados por outras empresas.
“Provavelmente, não”: questionado se o programa poderá ser prorrogado como um todo, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) disse que o estímulo deve acabar assim que o valor reservado pelo governo para o desconto for atingido.
EM NÚMEROS
No fim de semana, o volume de recursos solicitados pelas montadoras para automóveis chegou a R$ 320 milhões. Com isso, já foram consumidos 64% do total de R$ 500 milhões reservados para a modalidade.
– O governo também separou R$ 700 milhões para caminhões (14% já foi usado) e R$ 300 milhões para vans e ônibus (43% já foi gasto).
**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**
BANCO CENTRAL
Economistas esperam tom mais brando do BC nesta quarta. Selic ficaria mantida em 13,75% ao ano, segundo consenso do mercado, e começaria a cair em agosto.
MERCADO
Valor do imóvel do Minha Casa, Minha Vida sobe para R$ 350 mil; subsídio também aumenta. Medida foi aprovada pelo Conselho do FGTS; governo estuda nova elevação do teto a pedido de Lula.
MERCADO
Petrobras remunerava acionistas como Papai Noel, e agora orientação mudou, diz ministro. Costa diz que empresa deve investir para gerar emprego e defende mudança legal para governo poder demitir presidente do BC.
MERCADO
Presidente da CVM incentiva envolvidos em fraude da Americanas a fazerem delação. Órgão que fiscaliza empresas com ações negociadas em bolsa tem 16 procedimentos sobre caso.
MERCADO
Carlos Ghosn processa Nissan e acusa empresa de fabricar provas, diz agência. Ex-presidente alega ainda que companhia cometeu difamação, calúnia e injúria.
MERCADO
Grupo chinês Alibaba muda CEO em processo de reestruturação. Nos últimos anos grupo enfrentou dificuldades econômicas sem precedentes.
ARTUR BÚRIGO / Folhapress