SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O bilionário americano Warren Buffett afirmou nesta quarta-feira (23), a menos de duas semanas das eleições dos Estados Unidos, que não vai apoiar nenhum candidato político.
“À luz do aumento do uso das redes sociais, houve inúmeras alegações fraudulentas sobre o suposto apoio de Buffett a produtos de investimento, bem como seu apoio e endosso a candidatos políticos”, diz um comunicado publicado no seu conglomerado de investimentos, o Berkshire Hathaway. “Buffett atualmente não endossa e não endossará produtos de investimento nem apoiará candidatos políticos.”
A manifestação parece querer afastar boatos que circulavam online sobre Buffett, atualmente o sexto homem mais rico do mundo, segundo a Forbes. No mesmo dia em que a nota foi publicada, o investidor de 94 anos afirmou à emissora CNBC que estava preocupado com pessoas se passando por ele nas redes sociais.
“É por isso que colocamos isso no site da Berkshire. Ninguém deve acreditar em quem diga que estou dizendo a eles como investir ou como votar”, afirmou o bilionário, conhecido por não fazer recomendações de investimento muito específicas. “Eu nem sei como entrar no Instagram”, continuou. “Qualquer coisa que as pessoas vejam com minha imagem ou minha voz, simplesmente não sou eu.”
O posicionamento é condizente com sua postura nas últimas eleições presidenciais americanas, nas quais ele não declarou apoio ao atual presidente, Joe Biden, nem ao seu adversário e atual candidato republicano, Donald Trump. Antes de 2020, porém, Buffett normalmente declarava apoio ao Partido Democrata.
Em 2016, por exemplo, Buffett apoiou a candidata posteriormente derrotada por Trump, Hillary Clinton. Na época, em um evento de campanha da democrata, o bilionário falou que faria o que fosse preciso para derrotar o empresário e o desafiou a divulgar a própria declaração de imposto de renda.
Diferentemente de Buffett, outros bilionários se posicionaram nas eleições deste ano –e, segundo Forbes, há mais deles ao lado da vice-presidente, Kamala Harris, do que de Trump. De acordo com a revista americana, 81 bilionários apoiam a democrata, enquanto o republicano conquistou o endosso de 50.
Muitos deles podem ter escolhido manter o silêncio publicamente enquanto colocam dinheiro em alguma das campanhas de última hora, pontua a publicação, mas isso só será revelado em dezembro, quando a comissão eleitoral americana publicar os relatórios finais das doações.
Entre os que apoiam Kamala estão Reed Hastings, ex-presidente-executivo da Netflix, Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York, Joe Gebbia, cofundador do Airbnb, e Melinda Gates. O ex-marido de Melinda, Bill Gates, está entre os bilionários que ainda não demonstraram apoio a nenhum candidato, ao lado de nomes como Jeff Bezos e Mark Zuckerberg.
Com Trump há pessoas como Stephen Schwarzman, presidente-executivo da Blackstone, e Linda McMahon, cofundadora da produtora de lutas profissionais World Wrestling Entertainment. O mais vocal apoiador do republicano, no entanto, é Elon Musk, a pessoa mais rica do mundo, segundo a Forbes, e presidente-executivo da Tesla e da SpaceX, além de dono da rede social X.
Na última semana, Musk atraiu mais uma polêmica para si após prometer, durante um comício em Harrisburg, na Pensilvânia, sortear US$ 1 milhão para eleitores que assinassem uma petição -a lei federal americana proíbe pagamentos para pessoas registradas para votar.
Redação / Folhapress