SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Tem brasileiro na final do judô das Olimpíadas de Paris. Willian Lima venceu Gusman Kyrgyzbayev, do Cazaquistão, e avançou para a final da categoria até 66 kg neste domingo (28). Assim, garantiu ao menos a medalha de prata em seu primeiro J ogos Olímpicos.
Nascido em Mogi das Cruzes, no interior de São Paulo, Lima, 24, é atleta do Clube Pinheiros desde 2015. É também terceiro-sargento da Marinha.
O judô entrou em sua vida aos seis anos, porém não foi sua primeira opção. Ele sempre teve uma ligação com a água, mas pela altura e pela idade não conseguiu iniciar na natação. Começou na luta na Associação Namie de Judô e foi se destacando. Atualmente é oitava no ranking.
Lima é uma das revelações de Paris-2014. Sua primeira grande conquista pelo Brasil aconteceu em 2019 no Jogos Mundiais Universitários, em Napoli, na Itália, onde conseguiu medalha de bronze.
Também em 2019, conseguiu medalha de bronze no Grand Slam de Brasília, um dos torneios que mais dá pontos no ranking do judô. Daí em diante, não parou mais. Em 2020, ficou com bronze no Grand Slam de Budapeste.
Nos jogos Pan-Americano de Judô de 2021, em Lima, conquistou o ouro na categoria até 66 kg. No ano seguinte repetiu o feito na mesma competição, além de ganhar ouro na equipe mista do Brasil.
Na edição do Pan-Americanos de 2023, ganhou bronze e, emocionado, dedicou a medalha para sua mulher, Maria Júlia. Na época, o seu filho Dom tinha apenas 28 dias.
“O Dom foi totalmente planejado para estar nas Olimpíadas de Paris comigo”, disse em vídeo postado nas redes sociais, com cenas dele treinando enquanto carrega o bebê.
Mostrar sua rotina de preparação para lutas é algo que ele faz com frequência em seu perfil. “Eu não queria ser um pai que não estivesse presente na vida do meu filho.”
Ele afirmou se inspirar em outros atletas que faziam o mesmo. Um deles foi o judoca da Geórgia Lasha Shavdatuashvili, que saiu do pódio e deu a medalha para o filho. “Ali caiu a ficha de que eu queria ser pai.”
É uma cena que se concretizou no Pan de Judô do Rio de Janeiro, em 2024, quando ele ficou com o ouro. Agora, ele quer repeti-la nas Olimpíadas.
VITÓRIA MACEDO / Folhapress