RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – A World Surf League (WSL) rechaçou nesta quarta-feira (21) a possibilidade de implementar novas tecnologias no esporte visando a uma maior precisão das notas aplicadas pelos jurados aos surfistas, algo que tem que sido muito criticado tanto pelos atletas brasileiros como também pelos torcedores nacionais da modalidade.
A WSL foi questionada se estuda a possibilidade de implementar uma espécie de “VAR”, nos moldes de como é feito no futebol.
A opção foi rechaçada por Ivan Martinho, CEO da WSL na América Latina. Segundo ele, uma tecnologia parecida já é utilizada há tempos pelos jurados durante as competições.
“Na verdade já existe, no surfe, algo que não batizamos como VAR mas que, na prática, funciona da mesma maneira, que é a oportunidade de se revisar dentro da cabine dos juízes. Isso acontece, inclusive, porque muitas das vezes, quando os surfistas estão desempenhando, outro surfista já entrou na onda de trás. Então, desde muito tempo já existe esse sistema”, declarou Martinho, dando mais detalhes:
“Existe uma pessoa operando no replay, então os juízes têm a capacidade de rever as ondas para dar as notas. Se perceberem, as notas demoram a sair às vezes. Quando demora a sair, geralmente é porque estão revisando a onda para garantir que a nota seja estabelecida de forma correta. Nunca chamamos de VAR, o futebol que na verdade criou esse nome, esse produto em volta disso, mas já existia esse sistema de replay no surfe bem antes do futebol”.
Ítalo Ferreira fez sinal de positivo com a cabeça enquanto o jornalista fez a pergunta e, em alguns momentos da resposta do CEO, sorriu, principalmente no trecho em que Ivan Martinho explicou sobre a demora, em algumas ocasiões, para as notas serem divulgadas.
O surfista foi um dos que criticou abertamente o critério dos jurados nas notas aplicadas, principalmente após a etapa do “Surf Ranch”, realizada em uma piscina de ondas artificiais nos Estados Unidos, e que levantou diversos questionamentos em relação à pontuação aos brasileiros.
Filipe Toledo, que também estava na coletiva para divulgar a etapa de Saquarema do Circuito Mundial, que será realizada entre amanhã (23) até o dia 1º de julho, foi outro que criticou a arbitragem na ocasião, assim como Gabriel Medina.
QUAL A DIFERENÇA DO ‘VAR’ DO SURFE PARA O VAR DO FUTEBOL?
Como o próprio executivo da WSL explicou, não existe essa denominação de “VAR” para a tecnologia utilizada no surfe. O que ocorre na World Surf League é a verificação de replay das ondas por parte dos jurados, para que eles possam ter mais informações visuais antes de aplicar a nota.
Já o VAR do futebol é acionado todas as vezes em que há uma suspeita de infração em campo ou equívoco de marcação por parte da arbitragem. A tecnologia costuma ser exibida nas transmissões e, mais recentemente, os árbitros passaram a justificar no sistema de som dos estádios suas decisões.
No Brasil, a CBF também tem fornecido os áudios com os diálogos entre a cabine do VAR e a arbitragem, algo que ainda não acontece na WSL.
BRUNO BRAZ / Folhapress