Xi recebe Orbán em Pequim e defende canal de diálogo entre Rússia e Ucrânia

RECIFE, PE (FOLHAPRESS) – O líder chinês, Xi Jinping, pediu às grandes potências globais que criem condições para um diálogo direto entre Ucrânia e Rússia, atualmente em guerra, durante uma reunião com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, em Pequim nesta segunda-feira (8).

“A comunidade internacional deveria criar condições e oferecer assistência a ambos os lados para que o diálogo direto e as negociações possam ser retomados”, disse Xi a Orbán, segundo a televisão estatal chinesa CCTV. “Somente quando as grandes potências mostrarem energia positiva, em vez de energia negativa, haverá esperança de um cessar-fogo neste conflito”, acrescentou Xi.

O primeiro-ministro da Hungria fez visitas de surpresa à Rússia e à Ucrânia na semana passada, depois que o seu país assumiu a presidência semestral da União Europeia em 1º de julho. A sua visita a Moscou não foi vista com bons olhos pelos seus parceiros europeus, que apoiam a Ucrânia e cortaram relações com a Rússia desde o início do conflito em fevereiro de 2022.

Orbán, cujo país é membro da UE e da Otan, é o único líder da União Europeia que permaneceu próximo ao governo russo. Tanto a China quanto a Hungria defendem uma solução pacífica para o conflito e mantêm diálogos com o Kremlin.

A reunião entre Xi e Orbán acontece um dia antes do começo da cúpula da Otan. A aliança militar liderada pelos Estados Unidos comemorará o 75º aniversário durante evento em Washington.

Em reação ao encontro de Orbán e Xi, o vice-premiê da Alemanha, Robert Habeck, disse que o húngaro viajou à China como político nacional e não fala em nome da Europa. Na semana passada, Orbán já havia irritado líderes europeus com a visita a Vladimir Putin, em Moscou. Antes, o premiê da Hungria foi a Kiev e pediu que os ucranianos considerem um cessar-fogo para tentar iniciar negociações de paz com a Rússia. Ele conversou com o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski.

Zelenski disse nesta segunda-feira que Orbán não pode ser um mediador para encerrar a guerra. Para o presidente ucraniano, essa é uma tarefa que só poderia ser realizada por potências mundiais como China, EUA ou União Europeia.

“Há muitos países assim ao redor do mundo? Não muitos. Eu acredito que os EUA e a China são tais países. E a UE, não um país, mas toda a UE. Isso poderia realmente ser uma missão intermediária”, disse o presidente da Ucrânia durante uma visita à Polônia.

Zelenski disse que as negociações de Orbán com Putin não foram coordenadas com Kiev. “Mesmo que [Putin] se encontre com um determinado [chefe de] Estado, isso não significa que ele queira encerrar a guerra”, afirmou.

O governo de Zelenski diz que permanece aberto a propostas de outros países sobre como moldar o caminho para a paz, desde que as ideias estejam alinhadas com a visão ucraniana. A Ucrânia pretende realizar uma segunda cúpula internacional para considerar suas propostas de paz ainda este ano. A China, que tem laços estreitos com Moscou, não compareceu à primeira reunião em junho, na Suíça.

Redação / Folhapress

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