Zé Celso vai para a UTI e é intubado depois de incêndio em seu apartamento em SP

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um incêndio atingiu, na manhã desta terça (3), o apartamento de José Celso Martinez Corrêa, no Paraíso, zona sul de São Paulo. O dramaturgo teve muitas queimaduras no corpo e foi levado ao Hospital das Clínicas.

Segundo a sobrinha dele, Beatriz Corrêa, o estado do tio é grave. “Ele fez uma cirurgia e está indo para UTI. Ele precisou ser intubado. Apesar de a situação ser grave, fomos informados de que ele está estável, mas não sabemos detalhes”, diz ela à coluna.

O marido de Zé Celso, o ator Marcelo Dummond também foi levado ao hospital e está em observação. Ele não chegou a se queimar, mas inalou monóxido de carbono. Os dois moram no mesmo prédio, mas em apartamentos diferentes.

Além do casal, outras duas pessoas se feriram, os atores Victor Rosa e Ricardo Bittencourt.

“Foi um horror. Acordei com as labaredas e levei um tempo para entender que era fogo de verdade”, diz Bittencourt à coluna. Ele não chegou a se queimar, mas também será transferido para a UTI por ter inalado monóxido de carbono.

Segundo ele, Victor Rosa se queimou ao tentar salvar Zé Celso.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, o incêndio ocorreu às 8h04 e já foi controlado. Ricardo Bittencourt afirma que o fogo começou no quarto de Zé Celso. “Provavelmente foi no aquecedor”, revela.

Zé Celso e Marcelo se casaram no dia 6 de junho, em uma grande celebração no Teatro Oficina, com apresentações de Marina Lima e Daniela Mercury. A festa reuniu artistas, personalidades e intelectuais que lotaram a plateia do espaço.

Acometido por uma diverticulite dias antes da festa, Zé Celso entrou no Teatro Oficina sentado em uma cadeira de rodas que era empurrada pelo seu noivo.

A cantora Marina Lima deu início ao evento cantando “Fullgás”, música em que o casal se conheceu. Por quase três horas, o casamento um rito “artístico-ecumênico”, como descrito pelo seu grande idealizador, Ricardo Bittencourt.

Daniela Mercury, Bete Coelho, José Miguel Wisnik, Leona Cavalli, Alexandre Borges —e Maria Bethânia, em participação por mensagem de voz— foram alguns dos artistas que se apresentaram no evento, que teve também rituais indígenas e do candomblé.

Em um discurso bem-humorado de pouco mais de 15 minutos, Zé Celso disse aos convidados que a noite foi uma “das maiores festas” de sua vida e do teatro brasileiro.

Silvio Santos, dono do terreno ao lado do Oficina e que é centro de uma disputa com o diretor que dura desde a década de 1980, não foi esquecido. Zé Celso lembrou que foi “presenteado” pelo apresentador, no dia do seu casamento, com uma ação judicial —o dono do SBT, aliás, chegou a ser convidado para a celebração.

A Justiça de São Paulo proibiu Zé Celso e Marcelo de plantarem uma árvore ou promoverem qualquer ação na área vizinha ao teatro.

A decisão foi resultado de uma ação proposta pelo Grupo Silvio Santos, após o diretor ter divulgado que iria plantar um ipê no local. A árvore foi um presente de casamento das atrizes Fernanda Montenegro e Fernanda Torres, mãe e filha.

Zé Celso sonha em construir no local o parque do rio Bexiga. Já Silvio Santos quer fazer um empreendimento imobiliário no espaço.

O casamento vai ganhar um registro em filme. O cineasta Fernando Coimbra (de “O Lobo Atrás da Porta”) foi o responsável por comandar uma equipe de oito pessoas que gravou toda a cerimônia de união do casal.

MÔNICA BERGAMO / Folhapress

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