O Estado de São Paulo registrou uma média de 105 casos de ataques de escorpiões por dia neste ano. Isso significa que a cada a hora, pelo menos quatro pessoas são atacadas. A divulgação do número de ocorrências é da própria Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.
Até o dia 5 de agosto, terça-feira, foram 22.850 ocorrências envolvendo apenas escorpiões. Uma pessoa morreu.
Para dar transparência aos números divulgados, a Secretaria de Estado da Saúde conta com o painel de monitoramento de acidentes por animais peçonhentos. A ferramenta (clique aqui para acessar) permite que a população acompanhe, semanalmente, o número destas ocorrências por tipo de acidente, como serpentes, abelhas, escorpiões, entre outras.
A secretaria informa também que o Estado tem hoje 228 Pontos Estratégicos de Soro Antiveneno (PESAs), distribuídos estrategicamente para reduzir o tempo entre a picada e o atendimento, especialmente no caso de crianças de até 10 anos. Esses locais estão preparados para tratar acidentes com animais peçonhentos e possuem soro antiescorpiônico.
Em caso de picada, a recomendação é procurar imediatamente a unidade de saúde mais próxima. Levar o animal ou uma foto pode ajudar na identificação, mas não é necessário capturá‑lo.
Como ocorre o envenenamento?
Acidente escorpiônico ou escorpionismo é o envenenamento causado pela picada de escorpião que injeta veneno por meio de um ferrão localizado na ponta da cauda. O efeito da picada é imediato.
O que fazer em caso de picada?
Após a picada, a recomendação é ir imediatamente ao hospital de referência mais próximo. Se possível, levar o animal ou uma foto para identificação da espécie, permitindo assim uma avaliação mais eficaz sobre a gravidade do acidente.
Vale lembrar que nem todo hospital ou unidade de saúde possui soro para acidentes com animais peçonhentos. Portanto, no Estado de São Paulo a Secretaria de Estado da Saúde dispõe de um painel interativo para que a população veja qual a unidade do Sistema Único de Saúde (SUS) é referência para esse tipo de acidente em sua região. As informações ficam disponíveis em https://nies.saude.sp.gov.br/ses/publico/soro
Quais são os principais sintomas?
Entre os sintomas mais comuns, há dor intensa no local da picada e agitação. Em quadros moderados, a vítima apresenta dor intensa, vômitos ocasionais, suor, agitação, aumento dos batimentos cardíacos e da respiração.
Já em quadros mais graves são caracterizados por suor e vômitos profusos, sonolência com agitação, tremores, aumento dos batimentos cardíacos e da respiração, salivação excessiva, hipotermia, convulsões, edema pulmonar, insuficiência cardíaca e choque, podendo levar à morte.
Qual o grupo de risco com maior risco de óbito?
Crianças de até 10 anos.
Pode espremer o local da picada?
Não. O ideal é lavar o local com água e sabão, aplicar compressa morna e evitar espremer, sugar ou fazer torniquete. Leve a vítima imediatamente ao serviço de saúde mais próximo para receber atendimento adequado.
Onde os animais são encontrados?
Geralmente, eles se escondem perto das casas, em terrenos baldios, velhas construções, entulhos, pilhas de madeira e lenha, tijolos, mato e lixo, além de saídas de esgoto, ralos, entre outros.
Dentro das casas, podem ser encontrados nos sapatos, nas roupas, caixas de brinquedo ou até em toalhas penduradas.
Como evitar acidentes com escorpiões?
- Mantenha quintais, jardins e áreas de serviço limpos, sem entulho ou restos de construção, que servem de abrigo para escorpiões e outros animais;
- Evite acumular lixo, folhas secas e madeira; guarde objetos em locais elevados;
- Vede frestas em paredes e pisos, use telas em ralos e batentes de portas;
- Ao andar em áreas verdes, use calçados fechados e luvas, principalmente, ao manusear materiais empilhados;
- Guarde calçados em sacos plásticos ou caixas;
- Sacuda roupas, toalhas e calçados antes de usá‑los.
Quais espécies mais causam acidentes no Estado de São Paulo?
Escorpião Amarelo: corpo amarelo claro, com manchas escuras sobre o tronco e na parte inferior do 5º segmento da cauda, mede até 7 cm. Os 3° e 4° segmentos da cauda possuem serrilha. É o escorpião que causa acidentes de maior gravidade, podendo levar a óbito.
Escorpião Marrom: corpo marrom avermelhado escuro, quelíceras e pernas mais claras, com manchas escuras, e pode medir até 7 cm. Não possui serrilha na cauda. São menos numerosos que o escorpião amarelo, mas são igualmente perigosos.
Escorpião-amarelo-do-nordeste: mede entre 5 e 7 cm e possui coloração predominantemente amarela. Apresenta um triângulo escuro na região dorsal do cefalotórax e uma faixa escura central ao longo do dorso do tronco. No 3º e 4º segmentos da cauda, é possível observar uma serrilha dorsal, além de uma mancha escura no 5º segmento. Essa espécie é considerada perigosa devido à potência de seu veneno.



