O Agosto Laranja, mês de conscientização sobre a Esclerose Múltipla (EM), ganha destaque com o Dia Nacional da Esclerose Múltipla, celebrado em 30 de agosto. A data serve para informar a população sobre a doença, reforçando a importância do diagnóstico precoce e do acesso a tratamentos modernos. Atualmente, estima-se que cerca de 40 mil brasileiros vivam com EM.
A esclerose múltipla é uma doença autoimune crônica que afeta o sistema nervoso central, causando sintomas como fraqueza muscular, alterações visuais e dificuldades cognitivas. Embora não tenha cura, existem terapias eficazes que ajudam a controlar a doença, reduzindo surtos e prevenindo a progressão de incapacidades. Em alguns casos, tratamentos avançados chegam a silenciar a doença por anos.
Beth Gomes: O Esporte Como Caminho de Superação
A história de superação da paratleta Beth Gomes é um exemplo inspirador. Sua jornada no esporte começou após um diagnóstico de esclerose múltipla. A doença a forçou a deixar o vôlei, sua grande paixão, e acabou com seu sonho de ser campeã olímpica na modalidade. “Não podia fazer mais nada. O vôlei era minha paixão”, relatou.
A doença, no entanto, abriu um novo caminho. Quando foi solicitar uma carteirinha de deficiente para usar o transporte público, ela recebeu um convite para jogar basquete em cadeira de rodas. “Ainda estava revoltada por não poder jogar vôlei. Tive uma certa resistência, mas o convite ficou na minha cabeça”, conta.
Ao entrar no ginásio, Beth se lembrou de sua última partida de vôlei. Ela hesitou por um momento, mas decidiu entrar e foi recebida com aplausos. “Todos os atletas vieram me receber, me disseram: ‘Cai pra quadra’. Acertei o primeiro arremesso. Foi aí que minha vida começou de novo. Minha depressão foi embora, comecei a treinar e peguei gosto”, relembrou.
Da Quadra para o Pódio
Beth disputou campeonatos e entrou na seleção brasileira de basquete sobre rodas. Em 2008, defendeu o Brasil nos Jogos Paralímpicos de Pequim. Em 2010, ela precisou escolher entre o basquete e o atletismo, modalidade que havia incluído em sua rotina de treinos. Ela optou pelo atletismo e, em 2011, entrou para a seleção brasileira.
Aos 59 anos, Beth Gomes é a paratleta mais velha em atividade na seleção brasileira. Conhecida como “mãezona” por outros atletas, ela compartilha sua experiência e incentiva os mais jovens. “É uma satisfação falar que tudo é possível, que é só querer e se dedicar”, afirma.
Para Beth, a esclerose múltipla não é um obstáculo, mas um impulso. Ela mantém a doença sob controle com medicamentos e exames periódicos. “A esclerose múltipla é minha amiga, ela caminha ao meu lado, mas eu sempre vou vencê-la”, declara.
“Graças à esclerose múltipla, eu consegui sonhar e estar nas Olimpíadas. A doença me deu a chance de progredir e disputar todos esses campeonatos, algo que não foi possível com o vôlei. Graças àquela carteirinha de ônibus, abri os olhos para o basquete e o meu caminho para todas essas conquistas”, conclui a atleta.
Conquistas Recentes de Beth Gomes
Beth Gomes continua quebrando seus próprios recordes. Em Paris, ela conquistou medalhas de prata e ouro nos Jogos Paralímpicos. Além disso, em julho deste ano, no Campeonato Mundial de Atletismo Paralímpico, ela conquistou duas medalhas de ouro e bateu recordes mundiais no arremesso de peso e disco.
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