O pré-candidato à Presidência Ciro Gomes discutiu com apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em visita à Agrishow, em Ribeirão Preto, no interior paulista, nesta quinta-feira, 28. Enquanto caminhava pelos estandes, ele respondeu a ofensas e xingou seus interlocutores. Como reação aos gritos de “mito”, ele chamou repetidamente o presidente da República de “ladrão da rachadinha”.
Ao ser questionado pelos jornalistas sobre a discussão, Ciro afirmou: “Num País governado por bandido, ladrão, tem que ter esse tipo de quadrilha. Estou andando na Agrishow e você está vendo quem está insultando quem”. A prática de “rachadinha” se refere a um tipo de desvio de verba, em que o recurso destinado à contratação de servidores é, na prática, enviado para o próprio contratante por meio de repasse de parte de parte do salário dos funcionários.
O presidente Jair Bolsonaro foi ovacionado quando visitou a feira, na segunda-feira. Outros políticos, como João Doria, pré-candidato à Presidência, e o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, ambos do PSDB – partido com forte histórico no interior de São Paulo -, tiveram recepção amigável, porém menos calorosa.
CIRO Gomes na Agrishow pic.twitter.com/NxM74KOlhB
— Bruno T Salata (@brunotsalata) April 28, 2022
Ciro divulgou nota em suas redes sociais na qual afirma que os apoiadores do presidente agiram com violência e preconceito. “Ciro Gomes visitava a maior feira de tecnologia agrícola da América Latina, a Agrishow, em Ribeirão Preto, quando foi insultado e sofreu tentativas de agressão física por militantes bolsonaristas”, informou a assessoria do ex-ministro no Twitter.
O texto afirma ainda que “os agressores agiram com violência e com profundo preconceito contra nordestinos, atacando com forte conotação racista a sua origem cearense”.
Contudo, apesar de lamentar que tenha sido forçado a responder à altura e a agir com “veemência”, o presidenciável entende que esse tipo de comportamento “fascista deve ser enfrentado, ou as milícias bolsonaristas se sentirão no direito de atacar a todos, inclusive a quem não consiga se defender”, informa a nota.
jornal O Estado de S. Paulo