Bolsonaristas tentam invadir PF e promovem destruição em Brasília

A Polícia Federal e a Polícia Militar do Distrito Federal cercaram, na noite de ontem, o hotel onde está hospedado o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva após manifestantes darem início a uma série de ações violentas em Brasília, num cenário de guerra que teve início com uma tentativa de invasão do prédio da Polícia Federal.

Vídeos mostraram alguns dos manifestantes armados com pedaços de paus correndo em direção à sede da Polícia Federal. Um homem dizia que ônibus com mais bolsonaristas chegariam para reforçar o ato antidemocrático.

O estopim para quebra-quebra, horas depois da diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e o vice Geraldo Alckmin, foi a prisão temporária, por dez dias, do líder indígena José Acácio Serere Xavante, apoiador do presidente Jair Bolsonaro.

A ordem foi decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, a pedido da Procuradoria-Geral da República por indícios de que Serene Xavante estaria cometendo crimes e organizando manifestações antidemocráticas em vários pontos da capital federal.

Grupos de manifestantes mais violentos se espalharam pelos arredores da sede da PF deixando um rastro de destruição. Lixeiras, vasos de plantas, cones e pedaços de concreto foram colocados no meio das vias para fazer barricadas.Após destruírem parte da delegacia na região central, os criminosos seguiram até uma unidade do McDonald’s e quebraram as vidraças. Um grupo espalhou botijões de gás pelas vias perto da rede de fast-food. Pelo menos 5 ônibus foram incendiados. Os bolsonaristas também destruíram vários veículos.

Nas redes sociais, o STF afirmou que a prisão se fundamentou “na necessidade de garantia da ordem pública, diante da suposta prática dos crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta do Estado democrático de direito”.

Segundo relato de testemunhas, a confusão começou após a Polícia Federal prender Serere Xavante. Revoltados, grupos começaram a incendiar veículos em vias na região central de Brasília, além de, vestidos de verde e amarelo, tentar invadir a sede PF.

Clientes e funcionários de estabelecimentos comerciais ficaram sitiados, enquanto a polícia dispersava os apoiadores do líder indígena com bomba de efeito moral e spray pimenta.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal afirmou que “as forças de segurança reforçaram a atuação, em toda área central da capital, para controle de distúrbios civis, do trânsito e de eventuais incêndios”.

Em um rede social, o futuro ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, reagiu à violência em Brasília. Ele classificou como inaceitáveis a depredação e a tentativa de invasão do prédio da Polícia Federal em Brasília.Flávio Dino também afirmou que aqueles que desejam o caos não venceram e não vencerão.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, do MDB, disse que determinou às forças de segurança que prendessem todos os bolsonaristas que estão fazendo depredações e outros atos de vandalismo.

O futuro chefe da Casa Civil, Rui Costa, defendeu, em nota, que os culpados pelos atos de vandalismo sejam identificados, responsabilizados e punidos.

Costa disse que conversou por telefone com Ibaneis Rocha sobre e episódio. De acordo com o futuro chefe da Casa Civil, Ibaneis garantiu o reforço da segurança para restabelecer a ordem pública.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, do PSD de Minas Gerais, classificou de “absurdos os atos de vandalismo”, que, de acordo com ele, foram “feitos por uma minoria raivosa”. “As forças públicas de segurança devem agir para reprimir a violência injustificada com intuito de restabelecer a ordem e a tranquilidade de que todos nós precisamos para levar o país adiante”, escreveu no Twitter.

O atual ministro da Justiça, Anderson Torres, afirmou em uma rede social que “tudo será apurado e esclarecido” e que a situação em Brasília está se “normalizando no momento”.

No momento da confusão em Brasília, Lula postou um vídeo, em redes sociais, com trechos de seu discurso de diplomação. Um helicóptero da Polícia Federal pousou no hotel em que Lula e Alckmin estão hospedados. A informação é de que o presidente não deixou o local.

O presidente Jair Bolsonaro ignorou os atos terroristas de seis apoiadores extremistas em Brasília . Desde o início dos atos de vandalismo, Bolsonaro fez três publicações no Telegram, mas nenhuma sobre os protestos.

Às 21h41, o presidente divulgou um vídeo do Ministério da Educação sobre alfabetização.Poucos segundos depois, Bolsonaro publicou uma foto de si mesmo e um texto exaltando o Auxílio Brasil e outros feitos do governo.No minuto seguinte à mensagem no Telegram, Bolsonaro exaltou um programa que leva energia elétrica na Amazônia Legal.

No final da noite, em um vídeo gravado dentro da Polícia Federal, o indígena bolsonarista extremista José Acácio Serere Xavante pediu o fim dos atos de vandalismo em Brasília.

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