O ano de 2023 apresentou desempenho melhor do que o previsto. A avaliação é da economista da Lifetime Asset, Marcela Kawauti, em entrevista à Novabrasil FM. Ela lembra que 2023 começou com muita incerteza por causa de um novo governo e o período pós pandemia, mas a aprovação do novo Marco Fiscal “trouxe mais tranquilidade e previsibilidade para o mercado, tirando essa incerteza inicial”. No cenário externo, houve diminuição da desconfiança na economia americana. O banco central americano subiu juros e houve desaceleração econômica, mas a inflação ficou controlada.
Marcela aponta também o mercado de trabalho no Brasil como um dos fatores importantes para segurar a economia do país. Ou seja, a economia teve um “pouso suave” com inflação controlada e a previsão de um PIB com crescimento de quase 3%.
A economista destaca ainda que o grande feito deste ano foi a Reforma Tributária, ainda que os efeitos só apareçam daqui a 10 anos. A sinalização positiva que isso gera é mais importante nesse momento.
O Boletim Focus do Banco Central, documento que traz projeções de entidades financeiras, indicou, nesta semana, perspectivas positivas para a economia. A inflação deve terminar o ano em 4,46% e o PIB deve crescer 2,92%. A economista da Lifetime Asset entende que “esse contexto econômico de crescimento maior vem com inflação menor”, gerando otimismo para o mercado. Apesar disso, ela alerta para a inflação de serviços, citando a passagem aérea que teve reajuste de até 35%.
Em contrapartida, a agricultura brasileira teve boa produção e exportação. Com isso, “a entrada de dinheiro no Brasil, o investimento estrangeiro direto, também ajuda muito o Brasil”. Segundo Marcela Kawauti, são dados que indicam que foi um ano positivo para a economia brasileira.
Para 2024, a economista avalia que a expectativa também é boa. Mesmo com crescimento previsto entre 1,5 e 2%, ele se dá sobre uma base mais alta, mantendo uma constância nos últimos 2 anos. Além disso, é focado no consumo das famílias por causa da melhora do mercado de trabalho. Marcela destaca que a Bolsa de Valores teve alguns recordes e observa que algumas ações poderão ter crescimento no ano que vem.
A economista da Lifetime Assef concluiu dizendo que o “mercado de trabalho deve apresentar acomodação em 2024, ou seja, sem criação de tantas vagas, mas mantendo o patamar elevado”. E o endividamento das famílias é um problema, mas não constitui um grande risco para consumo interno no ano que vem.