O youtuber Felca Bress desencadeou um debate nas redes sociais a respeito da ‘adultização’, termo utilizado para se referir a exposição precoce de crianças a comportamentos adultos e que intitula o vídeo publicado pelo influenciador. O conteúdo acumula 28 milhões de visualizações até o momento e gerou ampla repercussão, inclusive na Câmara dos Deputados (leia mais abaixo).
Durante o vídeo, Felca aborda alguns casos de sexualização de menores de idade. Dentre os citados, está o influenciador Hytalo Santos, que é investigado pelo Ministério Público da Paraíba por suspeita de exploração de menores em vídeos publicados nas redes sociais.
Na denúncia, Felca aprofunda-se no caso de Kamylla Santos, mais conhecida como Kamyllinha, de 17 anos. O youtuber afirma que a imagem da jovem era utilizada de forma sensual nos vídeos de Hytalo desde que ela tinha 12 anos. Além disso, um dos conteúdos publicados por Hytalo mostra a adolescente após uma cirurgia de implante de silicone.
Ainda segundo a denúncia de Felca, Hytalo teria criado uma espécie de reality show com menores de idade em que eram comuns conversas com temáticas adultas, como relacionamentos, além da exposição dos jovens com poucas vestes. O vídeo afirma ainda que os adolescentes eram expostos a ambientes com “público consumindo drogas e álcool”.
Felca atribuiu a responsabilidade também as plataformas digitais, que, segundo ele, são coniventes com esse tipo de conteúdo e ampliam o alcance por meio do algoritmo e da monetização.
A denúncia resultou na instauração de um inquérito policial e uma investigação pelo Ministério Público do Trabalho. As rede sociais de Kamylinha e de Hytalo Santos foram suspensas pela Meta. Hytalo nega as acusações e afirma que as mães dos jovens autorizaram as gravações.
Repercussão na Câmara
O vídeo de Felca também repercutiu na Câmara dos Deputados nesta segunda-feira (11/8). O presidente do legislativo, Hugo Motta (Republicanos), afirmou que vai pautar projetos que combatam o alcance de perfis e conteúdos nas redes sociais que promovam a ‘adultização’ de crianças e adolescentes.
O governo federal demonstrou apoio à iniciativa de Motta. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, responsável pela articulação com o Legislativo, afirmou que é necessário responsabilizar as plataformas.



