Ancelotti crê que Vini Jr seguirá na Espanha após racismo

SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) – Carlo Ancelotti deu entrevista coletiva nesta terça-feira (23) e foi questionado sobre a possibilidade de Vinicius Junior deixar a Espanha por conta dos frequentes episódios de racismo.

Não, acho que não. Vinicius ama o futebol e o Real Madrid. Seu amor pelo Real Madrid é grande, e ele quer fazer carreira neste clube”

O técnico pede que insultos não sejam mais normalizados no futebol: “Por que normalizamos insultos no futebol? Disseram que gritavam “tonto”, não “macaco”. E daí? Isso pode ser dito? É intolerável de qualquer maneira, tem que parar. Te chamam de filho da p***, bicha, dizem “Sua mãe vai morrer. Por quê? Tudo isso é uma grande chance de parar”.

Ancelotti reconheceu haver racismo na Espanha e cobra mudanças. “E quero dizer que a Espanha não é racista, mas há racismo na Espanha, como em outros lugares. E isso tem que mudar”.

Ele disse que esta é uma grande oportunidade para tentar melhorar as coisas. “Estamos todos muito preocupados pelo que aconteceu. Me parece justo que se esteja falando tanto sobre este tema. É uma grande oportunidade para melhorar as coisas. Vinicius está triste. Hoje não treinou porque tem um pequeno incômodo no joelho”.

Ancelotti afirmou ainda que o protocolo contra racismo está obsoleto. “Acho que está obsoleto. Porque tinha que ser aplicado na hora em que se chega de ônibus. É ali que começam os xingamentos e caem os argumentos de que Vinicius é provocador. Não são casos isolados, como já dissemos há muito tempo. Não são 46 mil, mas também não são um ou dois. Duas horas antes já estavam insultando”.

O QUE MAIS ELE DISSE?

**Vini perdeu a esperança?**

“Não perdeu, não. Vamos ver a punição que ele terá (pela expulsão) e vamos avaliar, dando a ele mais ou menos dias de descanso. Se ele perder dois jogos, vou dar a ele uma semana de férias, para estar pronto contra o Athletic de Bilbao. Se ele perder um jogo, vai jogar em Sevilla”.

**Maior exposição de culpados**

“É uma das medidas que podem ser tomadas. Em Valência, acho que não vão fazer isso. E se seguirmos essa linha, haverá muitos nomes e sobrenomes. Mas não pode ser a única medida, deixando isso claro”.

**Se arrepende de não ter mandado jogadores para os vestiários?**

“É algo que eu pensei, sim. Perguntei a ele se queria continuar, e o árbitro pediu para ele fazer isso. Então, essa possibilidade acabou aí. Mas é claro que é uma possibilidade. Espero nunca ter que fazer isso, porque não quero. Existe um juiz responsável por tomar essa decisão. Mas é uma possibilidade”.

Redação / Folhapress

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