O governo estadual anunciou nesta quarta-feira, 10 de junho, a reclassificação das cidades no Plano São Paulo de retomada das atividades econômicas. Ribeirão Preto regrediu do nível 2 (controle – faixa laranja), que permitia o funcionamento com restrições de imobiliárias, escritórios, concessionárias de veículos, comércio em geral e shopping centers, para o nível 1 (alerta máximo – faixa vermelha), em que é permitido apenas o funcionamento dos serviços essenciais.
Em entrevista coletiva, o prefeito Duarte Nogueira explicou os indicadores de saúde que determinaram a volta das restrições e informou que a partir de segunda-feira, dia 15 de junho, poderão funcionar apenas os serviços que já estavam autorizados antes do dia 1º de junho, incluindo as modalidades de drive-thru e delivery.
“Temos uma das menores letalidades em comparação às cidades paulistas com mais de 500 mil habitantes. Nossos indicadores de leitos de UTI para tratamento de COVID, quantidade de leitos de UTI para cada 100 mil habitantes e número de novos casos estão bem avaliados, mas a quantidade de internações e óbitos nos últimos sete dias fizeram com que o município regredisse de fase, ficando em alerta máximo”, disse Nogueira.
O Boletim Epidemiológico deste último sábado (13) registrou 2321 casos confirmados desde o início da pandemia. Além disso, novos seis óbitos foram confirmados pela Secretaria Municipal da Saúde, totalizando 59 mortes pela doença no município. 1731 exames ainda aguardam a confirmação, enquanto 4938 foram descartados.
“Em Ribeirão Preto, já realizamos mais de sete mil testes e a casuística da doença aponta que de todos os registros de COVID-19 na cidade, 90% são casos leves e 10% são casos graves”, acrescentou o secretário de Saúde, Sandro Scarpelini.
Questionado sobre o aumento do novo coronavírus na cidade, o secretário disse que a relação dos números vai além da retomada econômica e está ligada ao não cumprimento das medidas de distanciamento social e orientações sanitárias. “Já estamos com 10 dias da reabertura, mas mesmo antes dela a cidade já estava com alternativas de escape das medidas de distanciamento. A população já não vinha fazendo uma quarentena adequada. Infelizmente, foi-se muito mais à rua do que o esperado”.
Sobre isso, o prefeito disse que é preciso reconhecer o empenho dos comerciantes em orientar seus clientes, exigir o uso de máscaras nos estabelecimentos e o cumprimento dos protocolos de saúde. “No entanto, uma parcela da população não agiu como a parcela que soube entender a importância do distanciamento social, das medidas e cuidados com a saúde. Agora, temos que trabalhar com responsabilidade e consciência para que nos próximos 15 dias, se tudo correr bem, consigamos avançar novamente”.
Nogueira ainda observou a importância da contenção da doença em todas as 25 cidades que compõem a 13ª Divisão Regional de Saúde, da qual Ribeirão Preto faz parte, pois todos os municípios são responsáveis pelo equilíbrio dos indicadores de saúde analisados pelo governo do estado.
“Vamos continuar com todo o planejamento estratégico, olhando duas semanas à frente, e vamos intensificar a campanha Todos Contra a COVID, porque sem a colaboração da população será impossível vencer essa luta. Se tivermos esse comportamento do uso da máscara e evitarmos descolamentos e aglomerações desnecessários, tenho certeza, sem dúvida nenhuma, que avançaremos de fase”.