RÁDIO AO VIVO
Botão TV AO VIVO TV AO VIVO
Botão TV AO VIVO TV AO VIVO Ícone TV
RÁDIO AO VIVO Ícone Rádio

Após manobra, centrão reestabelece votação secreta em PEC da Blindagem

Motta permitiu que tema fosse apreciado novamente

Câmara dos Deputados | Lula Marques/Agência Brasil
Câmara dos Deputados | Lula Marques/Agência Brasil

A Câmara dos Deputados restabeleceu, nesta quarta-feira (17), a votação secreta para autorizar a abertura de processos criminais contra parlamentares. A proposta faz parte da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 3 de 2021, a chamada da PEC da Blindagem.

O voto secreto havia sido derrubado na noite de terça-feira (16) durante sessão para discutir o documento, mas foi reestabelecido após o relator da PEC, deputado Claudio Cajado (PP-BA), apresentar uma emenda aglutinativa para retomar o texto original. A medida do centrão foi possível com o apoio do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).

“Nós não temos dúvida alguma que a votação de ontem não espelhou o amplo posicionamento do plenário da Casa. A votação transcorreu após a meia-noite, muitos dos deputados, inclusive, me procuraram dizendo que estavam dormindo, que dormiram, inclusive, de forma inesperada”, justificou o relator.   

Por outro lado, partidos de esquerda e do Novo questionaram o reestabelecimento da medida. Eles alegam que a Constituição não permite votar um mesmo tema na mesma sessão legislativa. Os líderes prometeram recorrer da decisão à Comissão de Constituição e Justiça e ao STF.

“Não dá para ser votado um destaque, o destaque ser derrotado e ser votado novamente. É isso que está acontecendo. Para nós, é uma afronta à Constituição. O Art. 60, parágrafo 5º, estabelece que a matéria constante de proposta de emenda rejeitada, ou havida por prejudicada, não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa”, argumentou o líder do PT, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ).

Motta defendeu que a apresentação da emenda aglutinativa tem apoio da maioria da Casa, tem precedente em votações anteriores e que respeita o processo legislativo.

“Tal fato ressalta a legitimidade política, jurídica e regimental da emenda em análise. Na mesma seara, soma-se o fato de que os textos que dão suporte à aglutinação já foram todos aprovados, pelo referido quórum qualificado de três quintos, em primeiro turno, pelo Plenário desta Casa, o que demonstra existência de concordância política acerca do tema”, respondeu o presidente da Câmara.

A PEC da blindagem foi aprovada por 314 deputados e teve 168 votos contrários, com isso, segue para o Senado. Em caso de aprovação, a medida entra em vigor sem a necessidade de sanção ou veto presidencial.

Sobre a PEC

A PEC da Blindagem, chamada pelo Centrão de PEC das prerrogativas, altera as regras de julgamento e investigação de parlamentares e presidentes de partidos políticos, criando barreiras para que eles sejam processados ou presos.

O texto prevê que presidentes de partidos políticos com representação no congresso passarão a ter foro especial. Com isso, esses líderes deverão ser julgados somente pelo STF.

Além disso, caso a proposta seja aprovada no Senado, deputados e senadores só poderão ser processados criminalmente se houver autorização da própria Casa Legislativa, que deve ocorrer em votação secreta e por maioria absoluta.

A PEC também defende que parlamentares só poderão ser presos em flagrante de crime inafiançável. Mesmo nesses casos, caberá ao plenário decidir, também por votação secreta, se a prisão será mantida ou revogada.

A matéria também determina que os parlamentares, uma vez diplomados, serão submetidos a julgamento do STF e, “a qualquer tempo, somente serão alvos de medidas cautelares de natureza pessoal ou real dele provenientes”.

Na prática, a PEC dificultaria a tramitação de processos contra políticos e reduziria mecanismos de transparência atualmente em vigor e retoma, em partes, o texto original da Constituição Federal de 1988.

*Com informações de Agência Brasil*

COMPARTILHAR:

Participe do grupo e receba as principais notícias de Campinas e região na palma da sua mão.

Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

NOTÍCIAS RELACIONADAS