Um aparente ataque russo à cidade de Mariupol, no sul da Ucrânia, nesta quarta-feira, 9, feriu pelo menos 17 pessoas – de acordo com autoridades ucranianas -, danificou e destruiu edifícios em um complexo hospitalar, incluindo um hospital infantil e uma maternidade, de acordo com vários vídeos verificados pelo The New York Times.
Os vídeos do hospital mostraram várias pessoas feridas sendo evacuadas. A quantidade das vítimas não ficou imediatamente clara. Também não ficou claro se a unidade estava em pleno funcionamento no momento do ataque ou se havia sido evacuada em algum grau.
O ataque foi outro exemplo aparente das táticas de cerco da Rússia atingindo a infraestrutura civil nas cidades ucranianas, levando ao que as autoridades chamaram de crise humanitária em Mariupol.
⚡️ Russian airstrike destroys maternity, children’s hospital in Mariupol.
According to President Volodymyr Zelensky, there are still adults and kids under the rubble. The number of victims is yet unknown, local authorities report.
Video: Mariupol City Council pic.twitter.com/dBGWRzEQrw
— The Kyiv Independent (@KyivIndependent) March 9, 2022
Por dias, o bombardeio russo pesado cortou os moradores de energia, água e aquecimento em Mariupol, uma cidade portuária estratégica. A cidade faz parte de um trecho vital de terreno que a Rússia está tentando capturar em uma aparente tentativa de ligar os enclaves separatistas apoiados pela Rússia no sudeste com a Crimeia, a península do sul que a Rússia tomou em 2014.
O governo ucraniano culpou a Rússia pelo ataque ao hospital, e testemunhas e uma agência de notícias local alegaram que foi causado por bombas lançadas por aviões de guerra russos.
O presidente ucraniano Volodmir Zelenski escreveu no Twitter que havia “pessoas, crianças sob os destroços” e chamou o ataque de “atrocidade”.
A Casa Branca denunciou o “uso bárbaro da força” contra civis. “É terrível ver o uso bárbaro da força militar contra civis inocentes em um país soberano”, disse a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, em entrevista coletiva. O ataque ocorreu em meio a esperança de retiradas em massa de civis de várias cidades ucranianas sitiadas, incluindo Mariupol, que está sem comida, água e energia há dias e que começou a enterrar corpos em uma vala comum porque seus necrotérios estão cheios.
“Há poucas coisas mais depravadas do que visar os vulneráveis e indefesos”, tuitou o primeiro-ministro britânico Boris Johnson, acrescentando que o presidente russo, Vladimir Putin, será responsabilizado “por seus crimes terríveis”.
O ataque espalhou estilhaços e explodiu as janelas de vários prédios do Hospital Municipal nº 3, mostraram os vídeos. Uma cratera em um pátio entre os prédios parecia ter mais de 3 metros de profundidade.
Testemunhas e informações de código aberto do Wikimapia identificaram os edifícios como uma clínica infantil, um departamento de oftalmologia e uma maternidade.
“Aviões atacaram a maternidade. Esses são os russos”, disse um homem que filma um dos vídeos.
O hospital parecia ser apenas um dos vários lugares no centro de Mariupol devastados pelo bombardeio. Outro vídeo filmado em área universitária, dois quarteirões a leste, mostrou grandes danos, incluindo janelas quebradas, no prédio da Câmara Municipal de Mariupol e na Universidade Técnica Estadual de Pryazovskyi.
Algumas das imagens parecem ter sido feitas por membros das forças de defesa territorial da Ucrânia e pela polícia local.
(Com agências internacionais)
Agência Estado