Autoridades da Ucrânia afirmam que, apesar da uma explosão seguida de incêndio após um ataque russo, está em segurança a área nuclear da usina de Zaporijia, de 6.000 megawatts, a maior da Europa. Parte da estação pegou fogo na noite de ontem.
De acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica, o incêndio não afetou equipamentos essenciais e que os níveis de radiação continuavam inalterados no local. O serviço de emergência ucraniano disse que o incêndio estava fora do perímetro da estação, e que um de seus blocos havia sido desligado.
Biden – O presidente dos EUA, Joe Biden, conversou com o presidente Volodymyr Zelensky sobre o incêndio no complexo nuclear e se juntou a ele para pedir à Rússia que “cesse suas atividades militares na área e permita que bombeiros e equipes de emergência acessem o local”. Nas redes sociais, o líder da Ucrânia acusou os militares russos de atacar deliberadamente a usina e disse que uma explosão seria “o fim para todos, o fim da Europa”. Lembrando que a Rússia já capturou a extinta usina de Chernobyl, a cerca de cem quilômetros ao norte da capital da Ucrânia.
Pronunciamento – O presidente russo, Vladimir Putin, em um pronunciamento nacional, homenageou ontem os soldados russos, dizendo que eles estão agindo como heróis na guerra na Ucrânia. Ao mesmo tempo, o chefe da nação endureceu o discurso contra Kiev e o Ocidente. Putin afirmou que a “operação militar especial”, como chama a invasão ao país vizinho, segue como planejado e que vai acabar com “com essa anti-Rússia criada pelo Ocidente”, referindo-se à hostilidade de Kiev em relação a Moscou. Putin disse que os soldados e oficiais estão lutando pela Rússia, por uma vida pacífica para os cidadãos de Donbass e pela desnazificação e desmilitarização da Ucrânia. O objetivo, segundo Putin, é evitar que o país seja ameaçado por uma direita anti-Rússia em nossas fronteiras, que o Ocidente vem criando há anos.
Corredor humanitário – Rússia e Ucrânia concordaram sobre a necessidade de um corredor humanitário para a saída de civis das cidades em guerra. O acordo envolve um possível cessar-fogo durante as operações de retirada. O encontro foi o segundo realizado entre os dois países para discutir a invasão russa na Ucrânia. Os resultados obtidos não eram os esperados pela Ucrânia, que exige o cessar-fogo imediato e a retirada das tropas. Segundo a Rússia, uma futura regulação política do conflito também foi debatida. Vladimir Putin exige também o reconhecimento da soberania russa sobre a península da Crimeia, anexada em 2014, e da independência das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Luhansk, assim como o status neutro ucraniano em relação à Otan.
Mediação – O príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman conversou ontem com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e com o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky. Ele ofereceu a Arábia Saudita como uma mediadora no conflito entre os dois países. Mohammed e Putin, segundo o governo saudita, discutiram também os impactos da crise nos mercados globais de energia. Já no comunicado emitido após a conversa com o líder ucraniano, o príncipe herdeiro afirmou que está disposto a apoiar tudo que contribua para reduzir a crise.
Apelo – O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que a única maneira de parar a guerra, enquanto as negociações estão em andamento, é que ele fale diretamente com o presidente russo Vladimir Putin. O líder ucraniano fez um apelo aos países ocidentais, para que aumentem seu apoio, insistindo que se seu país for derrotado pela Rússia, ela atacará o restante da Europa Oriental, a começar pelos países bálticos, para chegar “até o Muro de Berlim”.
Com informações dos jornais O Globo e O Estado de S.Paulo