Na noite dessa quarta-feira (01), no Foro Central de Porto Alegre (RS), o julgamento da Boate Kiss ouviu sua segunda testemunha, Kelen Giovana Leite Ferreira, num depoimento comovente, recordou os momentos do incêndio que ocorreu na festa do dia 27 de janeiro de 2013.
A jovem de 28 anos foi às lágrimas ao reviver os detalhes que causaram as lesões e queimaduras que sofreu durante o incêndio. De acordo com Kelen, à princípio ela não pensou que fosse um incêndio quando observou a movimentação do público: “Eu só vi alguém que veio da pista de baixo cruzando a multidão na minha frente. Nesse instante, me atinei a correr, porque achei que fosse briga”, declarou.
Numa tentativa de fugir da confusão, a testemunha correu em disparada, e foi nesse instante, que sua sandália ficou presa em seu tornozelo. O calçado sessou a circulação sanguínea de sua perna, que por consequência, acabou resultando na amputação involuntária de parte dela. Com detalhes, a moça conta que quando correu, acabou caindo na frente do bar de madeira e foi aí que percebeu que se tratava de um incêndio, pois naquele momento sentiu seus braços queimarem.
Kelen ainda contou que tentou cobrir o rosto com parte de seu vestido para evitar inalar a fumaça que vinha da boate. A vítima apontou para o júri que frequentava a boate com frequência, e que nunca viu extintores de incêndio na localidade. Em tom de revolta, Ferreira desabafou: “Dor não é gravar um vídeo e chorar. Dor é passar esses oito anos, quase nove anos, o que eu passo na minha pele, o que eu passo andando de prótese, machuca. Isso é dor. Dor é quando eu olhei muito tempo no espelho e chorei por ter ficado assim”
Confira o depoimento na íntegra: