RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Com um quarto de Campeonato Brasileiro jogado, a pausa para a data Fifa tem Botafogo e Corinthians como principais surpresas. Mas em perspectivas opostas.
O cenário atual, passadas dez rodadas, era improvável. A diferença é que o Botafogo é líder, e o Corinthians está em 16º, uma posição fora da zona de rebaixamento.
O QUE A RODADA MAIS RECENTE CONTOU
Vitória em casa, com dois gols de Tiquinho Soares. O jogo do Botafogo contra o Fortaleza é um bom resumo do que tem acontecido com o time de Luís Castro na competição.
O líder do Brasileiro sustenta vantagem de dois pontos sobre o Palmeiras e vê o Flamengo mais atrás, com cinco a menos. Na concorrência, não há novidade. O time de Abel Ferreira, por exemplo, é o único ainda invicto. O Fla de Sampaoli venceu cinco dos últimos seis jogos e empatou um. Por isso, saiu do Z4 e agora é terceiro.
Mas o Botafogo, por si só, chama a atenção. Pelo padrão tático, consistência defensiva (zaga menos vazada até agora, com sete gols sofridos) e por ter um centroavante decisivo: Tiquinho é artilheiro da Série A com oito gols.
Luís Castro chegou ao Botafogo no início do Brasileiro do ano passado. A campanha do ano passado foi mediana – 11º lugar. No Carioca 2023, nem às semifinais chegou. O time passou perrengue na primeira fase da Copa do Brasil e até que deu liga quando começou o Brasileiro.
Neste ano, o Nilton Santos se tornou mais hostil aos adversários após a mudança de gramado. No campo sintético, o Botafogo ainda está invicto. Foram seis jogos só no Brasileiro e seis vitórias. As duas derrotas que sofreu na competição foram como visitante. Não por acaso, a torcida já canta um funk: “Caiu no tapetinho, já era”.
“Temos que ser muito pragmáticos na análise. Está tudo muito no começo. Não consigo fazer balanço do campeonato de forma tão precoce. Sei que tenho uma equipe que quer muito ganhar e isso é o que mais me interessa”, disse Luís Castro, técnico do Botafogo.
NA OUTRA PONTA?
O Corinthians tem mais técnicos do que vitórias no Brasileiro. O placar é 4 a 2 nesse “confronto” que serve como boa explicação para o contexto atual, após dez rodadas.
Embora o time não esteja na zona de rebaixamento no momento, já passou por lá nesses 25% de Brasileiro. A campanha inicial é pior do que a de 2007, quando foi rebaixado. Naquela edição, somou 14 pontos em dez rodadas. Na atual, nove pontos.
É curioso porque Róger Guedes tem cinco gols, é um dos principais goleadores do campeonato, mas isso não basta. A má fase é ampla -individual e coletiva-, tumultua um Corinthians com dificuldade de criação e que também mostra fraquezas defensivas. Vanderlei Luxemburgo ainda não conseguiu a evolução almejada, após herdar o elenco que passou por Cuca, Danilo (interino) e Fernando Lázaro.
Os resultados são ruins, temos dez dias para encaixar o trabalho, maio foi um mês que atropelou. Agora teremos dois dias em casa para descansar, mas voltar com a faca nos dentes”.
Vanderlei Luxemburgo, técnico do Corinthians
Na rodada mais recente, o Corinthians passou sufoco para empatar com o Cuiabá, por 1 a 1, na Neo Química Arena. A briga para não cair só não tem cenário mais grave porque quem vem atrás, como o Vasco, está em uma draga ainda pior.
A diferença em termos de expectativa x realidade é que o Corinthians terminou o Brasileiro 2022 em quarto. O Vasco, mesmo com a SAF, suou para subir da Série B e é o pior entre os que subiram de divisão, na comparação com Grêmio, Cruzeiro e Bahia.
A DEFESA DA RODADA
O Vasco, inclusive, esteve envolvido em um dos lances mais emblemáticos da rodada: a defesa do goleiro John, quando o gol parecia aberto, evitando que o Internacional sofresse o empate diante dos vascaínos. O chute de Lucas Piton foi parado em cima da linha, literalmente.
A PERSPECTIVA PARA A PAUSA DA DATA FIFA
O Brasileiro vai parar por dez dias, já que a seleção brasileira estará em ação nos amistosos contra Guiné e Senegal, sábado (17) e no dia 20. Nos clubes, é unânime o discurso de que esse período será relevante para evolução tática e descanso físico. O benefício está disponível a todos. Quem trabalhar melhor pode conseguir mudar o cenário atual – ou consolidá-lo. Depende da perspectiva.
IGOR SIQUEIRA / Folhapress