Como se 2020 não tivesse trazido surpresas o bastante, no início deste mês de novembro um caso curioso viralizou na internet, parecendo mais um roteiro de ficção científica. Em 2018, saíram os resultados de uma investigação russa que durou nada menos que 16 anos, que conseguiu reviver dois vermes pré-históricos de 31.000 e 41.700 anos atrás.
Tudo começou quando os pesquisadores começaram a coletar materiais em sedimentos de permafrost, que consistem em camadas de solo congeladas permanentemente, e detectaram a presença de milhares de vermes, dos mais diferentes tamanhos, em 300 blocos de gelo. Então, começaram os estudos que investigaram as espécies.
Os cientistas levaram essas amostras coletadas para o laboratório, dividindo e mantendo-as congeladas em um refrigerador reservado para esse trabalho. Então, a próxima etapa foi submeter as peças a uma temperatura de 20°C por várias semanas, para então os pesquisadores registrarem as modificações enfrentadas pelos blocos de gelo e, consequentemente, pelos organismos que viviam neles.
A pesquisa foi dividida em duas partes, uma acontecendo em um laboratório do Institute of Physico-Chemical and Biological Problems of Soil Science, na Sibéria, e outra na Universidade de Princeton, em New Jersey, nos Estados Unidos. A conclusão foi que o comportamento variava bastante. Depois de muitas semanas, um dos responsáveis pelo estudo descobriu como dois desses vermes se moviam, apresentando um surpreendente sinal de vida.
Então, os cientistas chegaram à conclusão que a movimentação era resultado da busca por alimentos, e eles começaram a se alimentar com os suprimentos fornecidos pela equipe. Novos testes foram feitos, determinando que uma das criaturas era um invertebrado que pertencia ao gênero Plectus, com 41.700 anos de existência, e o outro do gênero Panagrolaimus, um nematoide de 32 mil anos atrás.
Enquanto o primeiro foi encontrado nas proximidades do Rio Alazeya em 2015, o segundo foi encontrado na toca de um esquilo em 2002, próximo ao rio Kolyma, ambos na região de Yakutia, na Rússia, conhecida por ser uma das mais frias do mundo.
A descoberta, no entanto, não representa a primeira vez que um ser vivo tão antigo é descongelado. No ano 2000, pesquisadores norte-americanos ressuscitaram um conjunto de esporos de bactérias do gênero Bacillus, que foram encontrados em formações de cristais de sal de 250 milhões de anos atrás. Agora, os cientistas se preocupam com a possibilidade de reviver organismos patogênicos que podem afetar os seres humanos.
Fonte: Clarín, Business Insider