SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo, abriu a CPI das Apostas Esportivas nesta terça-feira (30) afirmando ter certeza que a partida que salvou a Chapecoense do rebaixamento na Série B do ano passado, uma vitória sobre o Náutico no Recife, foi manipulada por apostadores.
“Tenho certeza absoluta que [o Náutico] foi sacaneado por apostadores. Desafio qualquer um dos senhores deputados, e eu não posso ser incoerente e injusto, mas não posso deixar de falar que o pênalti que aconteceu em Chapecoense e Náutico, tem que ser objeto de análise dessa casa”, afirmou.
A partida terminou com vitória da Chapecoense por 1 a 0, graças a um gol de pênalti, nascido após falta cometida pelo zagueiro Arthur Henrique, então de 23 anos. O Náutico, que entrou em campo rebaixado, chegou a denunciar uma suspeita de manipulação, mas o assunto não teve grande repercussão.
“Naquele jogo contra a Chapecoense, não teve um homem dentro do vestiário para pegar o contêiner, jogar em cima dele [Arthur Henrique] e dizer que ele era um lixo. O que ele fez? É só você olhar o jogo contra a Chape. Ele puxa o cara e joga para dentro. É vergonhoso! Liguei na hora para Nei Pandolfo [técnico da equipe] e disse: ‘tira agora para desmoralizar’. Quase tive um treco”, reclamou o ex-jogador Kuki, ídolo do Náutico, em entrevista em novembro ao jornalista Wellington Araújo.
Na mesma entrevista, Kuki afirmou que pessoas ligadas ao Grêmio, adversário do Náutico na partida seguinte, tinham ciência da situação. “Pode ver nas redes sociais do cara. Ganhando R$ 10 mil e andando de Land Rover. Ele já está na cidade dele anunciando que fez dinheiro. Porque todo mundo sabe que fez. O Grêmio veio jogar aqui e um jogador disse: ‘O que aquele cara está fazendo ali? Esse cara aí é o que dá gol’.”
Revelado no Cruzeiro e com passagens por clubes da Série B e do Campeonato Paulista, Arthur assinou no começo do ano com o Santa Cruz-RN, equipe do Rio Grande do Norte que não tem divisão. De acordo com a Itatiaia, Arthur já processou Kuki por calúnia e difamação.
DEMÉTRIO VECCHIOLI / Folhapress