Casos de dengue estão fora da curva e devem aumentar, alerta infectologista

Foto: Ministério da Saúde

O Brasil já registrou mais de 390 mortes por dengue de janeiro até agora, de acordo com informações do Ministério da Saúde. Os casos prováveis da doença chegaram a 1 milhão 538 mil. Oitocentas e 54 mortes estão em investigação.

Mesmo com esses números, e quase um mês após o início da vacinação contra a dengue no Brasil, Estados consideram baixa a procura pela vacina. A ampliação da faixa etária para tomar a vacina é uma das opções que os Estados pedem para o Ministério da Saúde. Atualmente, crianças de 10 a 11 anos têm prioridade. Mas, alguns governos já estão vacinando na faixa dos 10 aos 14 anos.

Na avaliação de Renato Kfouri, colunista da Novabrasil, há dificuldade de vacinar crianças e adolescentes nessas idades e, além disso, há poucas vacinas. “O Ministério só comprou 6 milhões de doses nesse ano e, com isso, a vacinação ficou limitada a 500 cidades com mais incidência”, diz ele.

De acordo com o pediatra e infectologista, vacinar adolescentes não é tarefa fácil. É necessário convencer e mostrar a necessidade da vacinação. Além disso, a falta de doses não permite uma campanha mais ampla que mostre que o combate à dengue passa pela vacinação. O colunista lembra ainda que ações em escolas são estratégias que funcionam bem e são cada vez mais necessárias.

As autoridades esperam vacinar 3 milhões de brasileiros neste ano e 4 milhões em 2025. Mas, isso não deverá controlar a doença, nem diminuir a curva de elevação.

Renato Kfouri lembrou que o principal a fazer é controlar a população de mosquitos, agindo nos criadouros. “É a estratégia de dez minutos na semana, procurando criadouros em casa ou no condomínio. Isso deve ser repetido a cada semana”, diz Kfouri.

O especialista alertou que esse é um momento em que os casos de dengue estão fora da curva. Segundo ele, “nunca tivemos mais de 1 milhão e 700 mil casos, é nosso recorde. E, geralmente, o pico de casos ocorre em março e abril, portanto a tendência é dobrar esse número neste ano”.

A faixa etária dos 30 aos 39 anos segue respondendo pelo maior número de ocorrências de dengue no país. Minas Gerais lidera em número absoluto de casos prováveis entre os estados. 

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