A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) confirmou que o sistema de impedimento semiautomático será implantado no Campeonato Brasileiro da Série A na temporada de 2026. O anúncio foi feito pelo presidente da entidade, Samir Xaud, durante a reunião de abertura do Grupo de Trabalho (GT) da Arbitragem, realizado nesta segunda-feira (10) no Rio de Janeiro.
O novo sistema será implantado pela empresa Genius Sports. A empresa já presta serviços em ligas como a inglesa e a argentina, além de competições da FIFA. Segundo Xaud, a ferramenta deve tornar as decisões mais rápidas e precisas.
A ideia é agilizar as decisões de lances “apertados” e evitar polêmica na hora de traçar as linhas. No Brasil, os árbitros do VAR são os responsáveis pela montagem.
O GT terá 60 dias para apresentar diretrizes voltadas à modernização da arbitragem brasileira. A principal meta é definir um modelo de profissionalização dos árbitros, com base em experiências adotadas em ligas internacionais.
Presidido por Netto Góes, vice-presidente da Federação Amapaense de Futebol (FAF), o GT discutirá temas como o investimento em tecnologias e protocolos e a profissionalização da categoria, que será feita a partir de um modelo construído com experiências de profissionalização bem sucedidas das principais ligas do mundo.
Durante o encontro, o ex-assistente da Premier League e atual diretor de arbitragem da Genius Sports, Harry Lennard, apresentou detalhes do funcionamento do impedimento semiautomático. Ele destacou que a tecnologia busca acelerar o processo de decisão e aumentar a transparência das marcações.
“Acho que a maior vantagem é restaurar o fluxo natural da informação: a bola entra, uma decisão é feita, o VAR faz a decisão, VAR passa ao juiz que diz ao mundo. No sistema atual, quando você está desenhando as linhas, as pessoas de casa conhecem a decisão antes de que as pessoas no gramado saibam. Nosso sistema tenta restaurar o fluxo natural de informação e compartilhar e dar decisões mais rápidas, mais confiáveis e com mais credibilidade”, disse.
Também participaram da programação o ex-árbitro argentino Néstor Pitana, integrante do Comitê Consultivo de Especialistas Internacionais da CBF, e Enrique Cáceres, da comissão de arbitragem da Conmebol. O presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Rodrigo Cintra, destacou as dificuldades que as competições brasileiras trazem para a arbitragem, mas reforçou a confiança nas mudanças que o GT promoverá.
“Aproximação de critério é a primeira etapa. Isso vem com o entendimento do que o futebol espera dos árbitros. Eles hoje são instruídos a fazer um trabalho empático de saber o que clube, o que o campeonato e a CBF esperam dele. Temos a certeza que temos profissionais ávidos para que possam se aproximar. São referência lá fora e precisam mostrar serviço todos os dias. Porque nosso futebol é um dos maiores do mundo”, encerrou.



