SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O desmatamento no Cerrado chegou a 709 km² em abril deste ano e bateu recorde para o mês na série histórica, iniciada em 2019. Os dados publicados pelo Deter, programa do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), contam até o dia 27, e o número pode aumentar.
Já a Amazônia registrou queda, com 287,7 km² derrubados até 28 de abril. O número é 72% mais baixo do que o registrado no mês em 2022.
A área desmatada no Cerrado porém, tem quase o tamanho da capital goiana. Os números já haviam registrado recorde no primeiro trimestre deste ano, em meio ao início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ações do governo para retomar o controle do desmatamento.
No acumulado do ano até 27 de abril, a área desmatada chegou a 2.133 km², índice também recorde se comparado ao período de janeiro a abril dos anos anteriores. A região convive com um cinturão de desmatamento, segundo o Ibama.
Os alertas do Deter (Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real) são emitidos semanalmente. Além da ferramenta, o governo Lula retomou o PPCerrado, plano inspirado no PPCDam (Plano de Ação para a Prevenção e Combate ao Desmatamento da Amazônia), lançado em 2010.
O Deter mapeia e emite alertas de desmate com o objetivo de orientar ações do Ibama e outros órgãos de fiscalização. Os resultados representam um alerta precoce, mas não são o dado fechado do desmatamento.
Os números oficiais são de outro sistema do Inpe, o Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite), e são divulgados duas vezes ao ano.
O problema deve se agravar nos próximos meses por causa da chegada da época seca. As marcas mais altas registradas pelo Deter no Cerrado, por exemplo, foram em maio e junho.
Os três estados que lideram o desmate são Maranhão, Bahia e Tocantins. Juntos, concentram três quartos da área derrubada.
Na Amazônia, embora o índice tenha caído nos dados parciais, o período de maior derrubada se concentra entre junho e outubro, por causa da diminuição nas chuvas.
Ainda, além das operações de combate, há expectativa sobre a data de publicação do PPCDam. O documento recebeu 510 contribuições durante a consulta pública, encerrada na última semana, que agora são analisados pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
Redação / Folhapress