O fim do embargo chinês à carne brasileira, associado à alta da inflação e desvalorização contínua do real provocaram uma disparada nos preços das carnes no mercado interno. Somente nos últimos 45 dias, o aumento para os consumidores atingiu o patamar histórico de 45% na carne de segunda, inviabilizando o consumo do produto, principalmente entre as famílias mais carentes. O preço do Acém, por exemplo, está em média R$ 35,00, acentuando um aumento de 21,9% nos últimos doze meses.
Exportar a carne passou a ser mais atrativo do que comercializar internamente o produto. O setor exportou 140,5 mil toneladas, quase 25% a mais do que no ano passado. A China é o maior comprador da carne brasileira, representando 50% das exportações. Para conter essa alta, seria necessária a queda da inflação e a consequente valorização do real, além de frear o consumo da carne brasileira pelos chineses. Como esses componentes tornam-se complexos e difícil realização, o setor pecuário prevê altas ainda maiores ao longo dos próximos meses.