Com recorde de queimadas, governo gasta apenas 18% do orçamento contra incêndios

No momento em que o Brasil registra os piores índices de queimadas dos últimos anos, o governo federal tem executado um volume mínimo do orçamento previsto para financiar ações de combate e prevenção contra incêndios.

Dados do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop), do governo federal, mostram que, no primeiro semestre deste ano, apenas 18% dos recursos previstos no Ministério do Meio Ambiente (MMA) para ações de “prevenção e controle de incêndios florestais nas áreas federais prioritárias” foram efetivamente liquidados, ou seja, pagos por serviços prestados.

No mês de julho, auge do período seco na maior parte do País, somente R$ 32 milhões de um orçamento total de R$ 175 milhões reservados para essas ações foram utilizados. Do total disponível, 51% foram empenhados até o momento, ou seja, carimbados para pagamentos.

Focos

No primeiro semestre deste ano, 7.533 focos de incêndio foram registrados na Floresta Amazônica, crescimento de 17% em relação ao mesmo período de 2021. No Cerrado, por sua vez, foram 10.869 registros, valor 13% maior que o dos seis primeiros meses do ano passado. Os dados são do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

Devastação

A Amazônia viu 3.988 quilômetros quadrados de sua floresta tombar nos seis primeiros meses de 2022. O desmatamento deste primeiro semestre é o maior já registrado para esse período desde 2016, início da série histórica realizada pelos sistemas do Inpe.

No Cerrado, foram desmatados 1.026 km² só no mês de junho, mais que o dobro do registrado em 2021 (485 km²) e 2020 (427 km²), um aumento de 111,5% em comparação a junho do ano passado. No acumulado do ano, entre o início de janeiro e o fim de junho, foram devastados 3.638 km² no Cerrado, um aumento de 44,5% em comparação aos seis primeiros meses de 2021, quando foram destruídos 2.518 km².

 

jornal O Estado de S.Paulo

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