O embaixador brasileiro na Organização das Nações Unidas (ONU), Ronaldo Costa Filho, reiterou a posição do Brasil por um cessar fogo imediato na Ucrânia e pediu que países envolvidos reavaliem decisões sobre fornecer armamentos, recorrer a ataques cibernéticos e aplicar sanções que possam afetar a economia global. “Precisamos neste momento de soluções construtivas, não ações que somente prolongarão as hostilidades e espalharão o conflito”, afirmou, em sua fala na assembleia emergencial convocada pela ONU.
Costa Filho disse que uma solução pacífica para a crise não passa apenas pelo cessar das hostilidades, mas também por criar “condições para um maior senso de segurança entre os envolvidos, reconstruir pontes e restabelecer confiança”.
Ele ressaltou que, nos últimos anos, houve uma “deterioração progressiva” da situação de segurança e do equilíbrio de forças no leste europeu, mas disse que isso não justifica as recentes ações dos russos. “Deixe-me ser claro. Essa situação de nenhuma forma justifica o uso de força contra a integridade territorial e soberania de nenhum Estado. É contra os mais básicos princípios da ONU”, afirmou.
O embaixador disse que este é o momento para os órgãos principais das Nações Unidas trabalharem juntos em busca de um dos principais objetivos da organização, que é salvar a humanidade da guerra.
“Estamos testemunhando uma série de eventos que, se não forem contidos logo, podem levar a um conflito ainda maior. Todos sofrerão, não só os que estão lutando. Aqueles que pediram a interrupção da escalada de hostilidades também sofrerão os custos do jogo de poder entre a Otan e a Rússia que estamos testemunhando”, completou.
Em sua fala, Costa filho ressaltou que este é um momento decisivo para a ONU e para o mundo e que a intensificação da tensão coloca a humanidade em risco. “Ainda temos tempo de parar isso. Acreditamos que o conselho de segurança ainda não exauriu os instrumentos à sua disposição para contribuir para uma solução diplomática e negociada”, afirmou.
O embaixador pediu ainda que todas as partes adotem ações para proteger civis e infraestrutura e expressou gratidão aos países que facilitaram a saída de pessoas da região de conflito, como Polônia e Eslováquia.
“Ao se encontrar hoje, a comunidade internacional mostra determinação de alcançar uma solução diplomática para o conflito na Ucrânia”, afirmou.
Agência Estado