Em algumas favelas do Rio de Janeiro, desde de quarta-feira (6), moradores receberam mensagens de texto e áudio, através de telefone celular ou carros de som, com alertas para não andar pelas ruas de comunidades depois das 10h da noite. Nas mensagens, há ameaças implícitas para quem não cumprir as “ordens”.
Moradores confirmaram toque de recolher em comunidades das zonas Norte, Oeste e central da cidade, numa tentativa de impedir a disseminação do Covid – 19.
A delegacia especializada da Polícia Civil do Rio de Janeiro está investigando se em Acari, na zona Norte do Rio, o “tráfico” teria imposto um toque de recolher a moradores do bairro durante a pandemia do novo coronavírus. Em curso, também, investigações em outros pontos da cidade.
Um painel atualizado pelo site Voz das Comunidades para acompanhar a doença nas favelas da cidade, informou que 299 casos foram confirmados e 81 óbitos. Até na última quinta-feira (7), 192 pacientes se recuperaram, segundo o site.
Os comunicados estabelecem que os moradores estão proibidos de ficar nas ruas a partir das 20h e proibidas as resenhas, pagodes, festas, reuniões em praças e quadras.
Os agrupamentos em bares e comércios também estão proibidos. Os moradores dessas comunidades devem comprar os produtos de necessidade imediata e retornar para suas casas. Sempre de máscaras. Todas mensagens são seguidas de “salves” com ameças para quem não cumprir as ordens.
Em nota, a Polícia Civil informou que o 34ªDP, em Bangu, está apurando os fatos.
O ex-ministro do Ministério da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, manifestou em coletiva de imprensa que pediria o apoio de organizações criminosas em favelas e morros do Rio de Janeiro para conter o avanço, naquelas localidades, do contágio do novo coronavírus.
Depois, se desculpou dizendo que o comentário, fora de contexto, fora infeliz.