A procuradoria-geral da República (PGR) apresentou nesta segunda-feira (22) ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma denúncia contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o blogueiro Paulo Figueiredo. Ambos são acusados de coação no curso de processo, por suposta atuação para pressionar e ameaçar autoridades brasileiras a fim de favorecer o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no processo da trama golpista.
Segundo a PGR, as investigações apontam que Eduardo e Figueiredo, atualmente nos Estados Unidos, buscaram articular medidas de retaliação contra o Brasil e os ministros do Supremo, inclusive defendendo sanções econômicas severas. O objetivo, segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, era criar um ambiente de instabilidade e intimidação, condicionando a interrupção dessas ameaças à não condenação de Bolsonaro.
Na denúncia, a PGR destacou que os acusados se apresentavam publicamente, em redes sociais e entrevistas, como responsáveis por tais sanções, posicionando-se como articuladores e também como os únicos capazes de suspendê-las. “As ameaças foram reiteradas várias vezes, em diferentes ocasiões”, acrescenta Gonet. “Há um contexto que as enlaça num propósito estruturado para um mesmo fim. O quadro dos fatos revela continuidade delitiva.”
Embora Jair Bolsonaro tenha sido investigado no inquérito, ele não foi incluído na denúncia. Atualmente, o ex-presidente cumpre prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica devido a essa investigação.
No dia 11 de setembro o ex-presidente foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
Caso a denúncia desta segunda-feira (22) seja aceita, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo passarão à condição de réus na Corte. O processo está sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes.
*Com informações de Agência Brasil*



