Escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro apostam em criatividade sem deixar de fazer um carnaval bonito na Marquês de Sapucaí

Grande Rio, Tijuca e Mangueira são destaques da 1ª noite. Já Vila Isabel, Imperatriz Leopoldinense e Unidos do Viradouro se destacam no 2º dia.

A primeira noite de desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro na Marquês de Sapucaí, na madrugada de domingo (19) para segunda-feira (20), teve emoção do início ao fim, com grandes homenagens abrindo a noite e a Mangueira encerrando a apresentação.
Desde dezembro a Nova Brasil FM do Rio de Janeiro recebeu nos estúdios locais cada escola do grupo especial. E nesse fim de semana a equipe da mais moderna e mais brasileira esteve na passarela do samba para acompanhar as apresentações.
Seis escolas passaram pela avenida na primeira noite; Império Serrano, Grande Rio, Mocidade, Unidos da Tijuca, Salgueiro e Mangueira.
O Império Serrano abriu a maratona de apresentações com o enredo “Lugares de Arlindo.” A homenagem a Arlindo Cruz causou comoção dentro e fora da avenida. A família e amigos famosos do cantor estiveram presentes.
O filho, o cantor Arlindinho de forma bem emocionada conversou com a imprensa e disse “o que aconteceu nessa avenida foi flores em vida.”
Em seguida, a Grande Rio, escola de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, homenageou outro grande nome do samba, o cantor Zeca Pagodinho. O sambista foi ovacionado pelo público durante todo o desfile. A esposa do artista, Mônica Silva, fez sua estreia na Sapucaí e se mostrou bem emocionada ao lado do companheiro.
A Mocidade Independente de Padre Miguel foi a terceira escola a desfilar. A agremiação contou a história de artistas do Alto do Moura, bairro de Caruaru. O enredo, “Terra de Meu Céu, Estrelas de Meu Chão”, falou sobre os discípulos de Mestre Vitalino, um artesão que se destacou pelas obras criadas com o uso de barro.
Já a Unidos da Tijuca, que levou A Baía de Todos os Santos para a passarela do samba, fez com que as arquibancadas ficassem hipnotizadas. Isso porque a comissão de frente, assinada pelo carnavalesco Jack Vasconcelos se tornou um momento marcante do desfile, pois um efeito que abaixou a iluminação da Sapucaí ressaltou a comissão e deu a impressão que a atriz Juliana Alves, que representava Iemanjá, flutuava.
O Acadêmicos do Salgueiro, penúltima escola a entrar na Sapucaí celebrou 70 anos de história e apresentou um novo olhar para o Jardim do Éden, ou o Paraíso. Com o enredo “Delírios de um paraíso vermelho”, a escola fez críticas aos preconceitos da sociedade, pecados, e a disputa entre o bem e o mal.
A ultima entrar na avenida já na madrugada de segunda, a Estação Primeira de Mangueira, levou à Sapucaí a construção das visões da África na Bahia, por meio de muita musicalidade e das instituições carnavalescas negras, com destaque para o protagonismo feminino e questões como o racismo.
Algo que chamou atenção, foi o famoso “arrastão” ato que sempre acontece quando a ultima escola passa pela avenida. Isso porque as milhares de pessoas que seguiam a verde rosa sabiam o samba de cor.
Já nesta segunda (20) para madrugada desta terça-feira (21) mais seis escolas passaram pela Marquês de Sapucaí no segundo dia de desfiles do grupo especial do Rio; Paraíso do Tuiuti, Portela, Vila Isabel, Imperatriz Leopoldinense, Beija-Flor e Viradouro.
A Paraíso do Tuiuti, escola de São Cristóvão trouxe a história de como o búfalo foi parar na Ilha de Marajó. E com isso, o enredo, exaltou a cultura do Estado do Pará, com a presença, por exemplo, do carimbó. A escola apresentou carros grandes e ricos em detalhes no estilo Rosa Magalhães.
A segunda que se apresentou foi a azul e branca de Madureira. A Portela apresentou o centenário da escola com o enredo “O azul que vem do infinito”, desenvolvido pelos carnavalescos Márcia e Renato Lage. A agremiação exaltou em diversos momentos o orixá da escola, Oxum.
O centenário da Portela foi um misto de nostalgia e de exaltação a baluartes de agora e os do passado. Uma das marcas da escola, a águia, veio de forma bem brilhante num abre-alas, com tons de dourado e azul.
A terceira a se apresentar, a Vila Isabel passou pela avenida cotada como uma das favoritas. A escola trouxe o enredo “Nessa festa, eu levo fé” e levou para a passarela do samba um desfile sobre as celebrações de origem religiosa que há séculos fazem parte da cultura brasileira.
O público mais uma vez reconheceu a marca de Paulo Barros na avenida. Para falar das festas, o carnavalesco desenvolveu fantasias e alegorias bem alegres e muito coloridas, com uso de cores neon, cítricas e claro, vários truques que surpreenderam.
A Imperatriz Leopoldinense trouxe para a Marquês de Sapucaí uma história um tanto quanto curiosa. O carnavalesco Leandro Vieira veio com um enredo sobre Lampião como um “aperreio”: Isso porque após sua morte, ele não foi aceito nem no céu e nem no inferno.
A penúltima que se apresentou foi a Beija-Flor de Nilópolis. A escola da Baixada Fluminense tomou um susto antes mesmo de entrar na avenida. O módulo do carro abre-alas da agremiação pegou fogo na armação do desfile.
Com o enredo “Brava gente! O grito dos excluídos no bicentenário da Independência”, dos carnavalescos Alexandre Louzada e André Rodrigues. O ano de 2023 marca o bicentenário da Independência na Bahia, data comemorada em dois de julho. O desfile, se resumiu num grande “ato cívico” pelo protagonismo do povo brasileiro.
E quem encerrou a segunda noite de desfiles do grupo especial foi a Unidos do Viradouro. A escola falou sobre Rosa Maria Egipcíaca, da tribo Courana, na África para o Rio, escravizada aos 6 anos de idade, no século 18.
A escravizada que foi considerada bruxa pela Inquisição, mas aclamada pelo povo como santa, teve sua história contada através do carnavalesco Tarcísio Zanon. A Sapucaí ficou encantada com diversos detalhes da apresentação, um deles o aroma de rosa que foi espalhado pela escola na avenida.
Considerado o maior espetáculo da terra, o carnaval no Rio de Janeiro movimenta em torno de R$ 4,5 bilhões na economia carioca. Os dados são da prefeitura e Liesa.
Gabriel David, diretor de marketing da Liesa de forma emocionada afirmou “Difícil demais descrever esses dias. Foram literalmente muitas emoções vividas. Ver todo trabalho de um ano sendo orquestrado em uma noite mágica é algo que me enche de orgulho e de esperança para seguirmos na direção certa: Entregar o melhor carnaval do mundo.”
Nova Brasil FM, no carnaval 2023.
Texto: Sérgio Leão (Rio de Janeiro)

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