Falsa médica é presa em SP após profissional verdadeira armar flagrante

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Uma falsa médica foi presa nesta terça (30) em Perdizes, na zona oeste de São Paulo, durante consulta a vítima. A mulher, de 37 anos, tem o mesmo nome e sobrenome de uma médica verdadeira e utilizava o número de registro da profissional no CRM (Conselho Regional de Medicina) para falsificar receitas e pedidos de exames.

A polícia foi acionada pela médica verdadeira, que denunciou haver uma profissional de estética se passando por médica e utilizando indevidamente o seu registro. Ela marcou uma consulta na clínica e foi acompanhada por uma policial.

No final do atendimento, a acusada, que se apresentava como doutora Marcela Gouveia, carimbou um pedido de exames com o CRM da vítima, o que resultou em sua prisão em flagrante. A mulher foi indiciada por exercício ilegal da medicina e falsidade ideológica, e está presa enquanto aguarda audiência de custódia. A reportagem entrou em contato com a clínica por telefone e email, mas não obteve resposta até a publicação deste texto.

A falsa médica divulgava seu trabalho na internet, onde tinha milhares de seguidores -somente no Instagram, cerca de 87 mil pessoas a acompanhavam.

A clínica onde ocorreu o flagrante foi aberta há aproximadamente três anos e meio, mas mesmo antes a mulher já se apresentava como médica para atrair clientes, declarando possuir mestrado em medicina estética e certificações internacionais.

“Nosso objetivo é deixar mais belo aquilo que você já tem de bonito, aumentar sua autoestima e se amando cada vez mais. Não transformamos, melhoramos”, diz texto de apresentação no site da clínica.

Publicações nas redes sociais mostram que a acusada já participou de diversos eventos e conferências do ramo de estética, inclusive como palestrante. Na internet, a mulher também anunciava o atendimento a pacientes de Cannabis medicinal.

No Instagram, falsa médica dizia ter mestrado em medicina estética e certificados internacionais. Ela também divulgava tratamentos com Cannabis medicinal. Procurado, o Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) disse que o exercício ilegal da medicina é caso de polícia, e que por isso não recebe denúncias desse tipo. A entidade disponibiliza em seu site uma ferramenta de busca para que pacientes possam checar se o profissional que o está atendendo é médico e está com registro regular.

Por meio de nota, o conselho disse que “quando identifica, por exemplo, durante fiscalização, que há profissionais se passando por médicos, ou quando percebe tentativas de registro com apresentação de documentos falsos, como diplomas, a autarquia aciona os órgãos competentes, como o Ministério Público”.

LEONARDO ZVARICK / Folhapress

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