Amigos e familiares de um dos ícones da Bossa Nova, o cantor e compositor Carlos Lyra, se despediram do artista na tarde de domingo no Cemitério Memorial do Carmo, no Rio de Janeiro. O cantor, de 90 anos, foi vítima de uma infecção bacteriana.
Vários amigos e outros artistas lamentaram a morte de Carlos Lyra. Djavan enviou uma coroa de flores, Mônica Salmaso usou as redes sociais para prestar homenagem e o cineasta Silvio Tendler foi ao velório.
O cantor Gilberto Gil postou nas rede sociais um vídeo em que canta a música “Saudade fez um Samba”, de Carlinhos, interpretada na última semana na Academia Brasileira de Letras. Já Caetano Veloso dedicou o show que fez no sábado, em Salvador, a Carlinhos Lyra.
Legado Histórico
Carlos Lyra nasceu em 1933 e é um dos nomes mais importantes da Bossa Nova no Brasil. Fez parte do movimento desde o início e integrou ativamente os encontros musicais que ocorreria nos anos 1950 no Rio de Janeiro. Nessas reuniões estavam nomes como Nara Leão, Roberto Menescal, Ronaldo Bôscoli e Sérgio Ricardo.
Ao lado de Menescal, foi um dos fundadores da Academia de Violão, por onde passaram nomes como Edu Lobo e Marcos Valle. Lyra, inclusive teve canções gravadas por nomes como João Gilberto e a própria Nara Leão.
Recentemente foi lançado o álbum “Afeto” em homenagem aos 90 anos do artista. Nomes como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Lulu Santos e Djavan foram alguns dos que participaram desse trabalho.
O compositor foi autor de sucessos como “Coisa Mais Linda”, “Você e Eu” e “Influência do Jazz”. A companheira dele, Magda, disse que agora Lyra está “lá em cima com Vinícius de Moraes, João Donato e Tom Jobim, fazendo música, cantando”.