O governo de São Paulo lançou hoje (13) uma plataforma para inscrição de voluntários que queiram participar dos testes da vacina contra o novo coronavírus, a CoronaVac, desenvolvida por laboratório chinês. As inscrições serão feitas por meio do portal, onde será possível acessar a plataforma de triagem para saber se o candidato preenche os critérios de recrutamento. O cadastramento nos centros de pesquisa participantes começa amanhã (14).
Ribeirão Preto será um dos pólos no Estado que fará os testes da vacina. As pesquisas serão coordenadas pela Faculdade de Medicina do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP).
Nessa plataforma, os voluntários interessados irão responder a algumas perguntas iniciais para saber se têm o perfil necessário para participar dos testes com a vacina. Após esta etapa, serão informados os endereços dos centros de pesquisa que devem ser procurados para, enfim, iniciarem todos os processos necessários para confirmar a participação. Todas as informações são sigilosas.
Poderão se inscrever apenas profissionais da saúde que ainda não tiveram a doença e que atuam com pacientes com covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus. Eles não podem ter outras doenças nem estar em fase de testes para outras vacinas. As voluntárias também não poderão estar grávidas.
Fase 3
O governo de São Paulo vai iniciar a fase 3 de teste em humanos da CoronaVac no dia 20 de julho. Esta vacina contra o novo coronavírus, desenvolvida pela Sinovac, sediada na China, é uma das mais avançadas em testes. Ela já está na terceira etapa, chamada clínica, de testagem em humanos. O laboratório chinês já realizou testes do produto em cerca de mil voluntários na China, nas fases 1 e 2. Antes, o modelo experimental aplicado em macacos apresentou resultados expressivos em termos de resposta imune contra as proteínas do vírus.
Os testes com a CoronaVac serão realizados em 9 mil voluntários em centros de pesquisas de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná, além de Brasília. A pesquisa clínica será coordenada pelo Instituto Butantan e o custo da testagem é de R$ 85 milhões, custeados pelo governo.
A vacina é inativada, ou seja, contém apenas fragmentos do vírus, inativos. Com a aplicação da dose, o sistema imunológico passaria a produzir anticorpos contra o agente causador da covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus. No teste, metade das pessoas receberá a vacina e metade receberá placebo, substância inócua. Os voluntários não saberão o que vão receber.