Guerra completa uma semana; Rússia intensifica ataques e Ucrânia promete resistir

Rússia intensica ataques a cidades ucranianas Foto: Reprodução

Um comboio gigantesco, de cerca de 60 quilômetros de extensão, está aparentemente pronto para entrar na capital da Ucrânia, Kiev.

Ontem, os russos atacaram a principal torre de rádio e TV da cidade, interrompendo todas as transmissões.

Embora Moscou tenha anunciado que atacaria alvos militares em Kiev, e pedido que os civis se retirassem das proximidades, não se sabe, ainda, quando e se as forças russas vão realizar o ataque terrestre maciço à capital.

Ao bombardear a torre de TV de Kiev, as forças russas causaram estragos também a um dos principais memoriais aos judeus mortos durante o Holocausto nazista, na Segunda Guerra Mundial, que fica ao lado da torre.

Os números de civis mortos nos últimos seis dias desde a invasão da Rússia não são totalmente claros. Segundo a ONU, ao menos 136 civis morreram, incluindo treze crianças.

O governo ucraniano, porém, informa uma cifra muito maior: 352 civis ucranianos, incluindo 14 crianças, e mais de 2 mil feridos.

A Praça da Liberdade de Kharkiv – a maior praça da Ucrânia e o núcleo da vida pública da cidade – foi atingida com o que se acreditava ser um míssil, em um ataque visto por muitos ucranianos como uma evidência de que a invasão russa não era apenas para atingir alvos militares.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenski, chamou o ataque de “terror franco e indisfarçável”. Segundo ele, até segunda, a Rússia já havia atacado a Ucrânia com 56 foguetes e 113 mísseis de cruzeiro.

Segundo a BBC, durante a noite houve novos bombardeios a Kharkiv, segunda maior cidade da Ucrânia. A sede da polícia local e uma universidade estão entre os locais atingidos. Paraquedistas russos também teriam pousado na cidade. O prefeito de Kharkiv disse que 21 pessoas morreram e 112 se feriram.

Há registros também de ataques às cidades de Zhytomyr, a oeste de Kiev; e de Kherson, no sul do país, que teria sido tomada pelas forças russas.

Negociações
O presidente Volodymyr Zelensky pediu que a Rússia pare com os bombardeios como condição para haver avanços nas negociações de um cessar-fogo. Zelensky também disse que, se a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) não quiser admitir a Ucrânia por causa da posição manifestamente contrária da Rússia, deve elaborar garantias de segurança para o país.

Na segunda-feira, o primeiro encontro entre enviados de Moscou e Kiev não chegou a uma resolução comum, mas manteve o canal em aberto para a continuidade das tratativas. Uma segunda reunião entre os dois países está prevista para hoje.

Itamaraty retira embaixador de Kiev
O embaixador brasileiro na Ucrânia, Norton de Andrade Mello Rapesta, e sua equipe, deixaram ontem Kiev por razões de segurança. De acordo com o Itamaraty, as atividades da embaixada brasileira na capital ucraniana serão transferidas para Lviv e Chisinau, capital da Moldávia. Dois postos de atendimento consular serão abertos nestas cidades.

Itamaraty retirou embaixador brasileiro de Kiev Foto: Redes Sociais

Biden diz que Putin está isolado
No seu primeiro discurso sobre o Estado da União, na noite de ontem, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, defendeu a junção de forças do Ocidente, em especial dos países da Otan.

Ele anunciou que as aeronaves russas não poderão mais voar no espaço aéreo americano. Biden também mencionou a série de pacotes de sanções aplicadas globalmente contra a Rússia, incluindo o corte de bancos do sistema de pagamentos internacionais Swift, o corte de relações com o BC russo e a inclusão de dezenas de políticos, empresários e jornalistas pró-Moscou em listas de congelamento de bens e bloqueio de viagens.

Joe Biden tem índices de aprovação perto dos 41%, um percentual preocupante para um presidente que está há um ano no cargo.

China pede negociações
Na primeira conversa entre os ministros das Relações Exteriores da China e da Ucrânia desde a invasão russa, em 24 de fevereiro, o representante chinês afirmou ontem que seu país está disposto a fazer todos os esforços para ajudar a acabar com a guerra por meio da diplomacia. Numa sinalização de mudança na posição da China — que até agora vinha culpando a Otan pelo confronto e evitando criticar a Rússia -, o governo chinês lamentou o conflito e disse estar “extremamente preocupado” com os danos aos civis.

Jogadores ucranianos mortos

Dois atletas de futebol foram mortos durante a invasão da Rússia na Ucrânia. Os ucranianos Vitalii Sapylo, de 21 anos, e Dmytro Martynenko, de 25, são as primeiras perdas do futebol relatadas nesta guerra.Eles faziam parte de equipes que disputavam das ligas menores da Ucrânia.Martynenko foi considerado na temporada passada como o melhor jogador da segunda divisão, da qual também foi artilheiro.

Jogadores ucranianos morreram na guerra Foto: Reprodução Redes Sociais

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