Por Roberto Nonato
As guerras deverão se prolongar em 2024 por causa das eleições que ocorrerão pelo mundo. Essa é a avaliação do professor Leonardo Trevisan, da ESPM. Ele lembra que o ano que vem terá 40 eleições e algumas em grandes potências.
Em entrevista à Novabrasil, Trevisan destacou que as guerras deverão se prolongar por 2 motivos: várias estão consolidadas, e não há indicativo de cessar fogo, e também por 2024 ser ano de eleições. Segundo ele, em ano eleitoral é muito difícil tomar decisões para diminuir as tensões de guerra. O professor exemplifica a eleição americana, pois republicanos e democratas pensarão duas vezes antes de qualquer ação para paralisar a guerra.
Leonardo Trevisan classificou 2023 como um ano bélico. E, ainda nessa linha, o Institute for International Studies, de Londres, indicou o ano como o mais guerreiro dos últimos 50 anos. O número de mortos em relação à 2022 em conflitos armados aumentou 14%. Ainda que os olhos do mundo se voltem para o conflito da Rússia e da Ucrânia ou de Israel e Hamas, há vários outros enfrentamentos ocorrendo.
“Atualmente há 37 conflitos espalhados pelo mundo, com mais de 280 mil mortos”, segundo o professor de Relações Internacionais. Essas guerras também geram milhões de refugiados.
Especificamente sobre Israel e Hamas, o professor de Relações Internacionais da ESPM avalia que 80% da população israelense acham que a guerra está correta e segue princípios internacionais. Por outro lado, 75% dos israelenses acham que o Primeiro-Ministro, Benjamin Netanyahu, deve ser julgado assim que o conflito acabar.
“Quando olhamos para isso, estamos conectando a continuidade da guerra à sobrevivência de um governo. Essa situação é dramática e impede um cessar-fogo”, na avaliação de Leonardo Trevisan.