LISBOA, PORTUGAL (FOLHAPRESS) – A jornalista americana Elizabeth Jean Carroll voltou a processar judicialmente o ex-presidente dos EUA Donald Trump, já condenado a pagar US$ 5 milhões (cerca de R$ 25 mi) a ela por abuso sexual cometido na década de 1990 e difamação ao chamá-la de mentirosa.
Carroll abriu processo nesta segunda-feira (22) por supostas novas difamações feitas pelo republicano contra ela durante entrevista à rede americana CNN. Ela pede indenização de US$ 10 milhões (R$ 50 mi) por insultos feitos durante uma sabatina no último dia 10.
Na ocasião, durante entrevista realizada pela jornalista Kaitlan Collins, Trump fez pouco caso da condenação, repetiu que não conhecia a ex-colunista da revista Elle e chamou o assunto de invenção. “[Ela] está louca”, disse sobre Carroll. A declaração foi dada um dia após a sentença unânime, proferida por um júri em Nova York.
Carroll o acusava de tê-la empurrado contra a parede e a estuprado num vestiário da loja Bergdorf Goodman nos anos 1990. “Que tipo de mulher conhece alguém e, em minutos, está fazendo coisas impróprias num provador?”, questionou Trump na sabatina, provocando aplausos.
O ex-presidente, que busca se consolidar como candidato republicano na corrida pela Casa Branca em 2024, foi considerado culpado de abuso sexual. O júri também o considerou responsável por difamação, por declarações de 2022, e o condenou a pagar um total de US$ 5 milhões à vítima -decisão da qual o ex-presidente recorreu.
De acordo com a advogada Roberta Kaplan, representante da escritora, a nova denúncia se baseia em declarações feitas por Trump após o veredito, “que mostram a extensão de sua malícia”. A advogada ainda tem a intenção de “dissuadi-lo de outros atos de difamação”.
Não foi a primeira vez que Trump ironizou as denúncias feitas pela escritora. Em entrevista ao jornal The Hill, concedida em 2019, afirmou que “ela não é meu tipo”.
Colunista da revista de moda Elle por 26 anos, Carroll trouxe o caso à tona em 2019, quando a New York Magazine publicou um trecho de seu livro de memórias. Na sua versão, ela se encontrou casualmente com Trump na loja Bergdorf Goodman da Quinta Avenida, em Nova York. Naquela época, Trump era um proeminente promotor imobiliário, e ela, uma conhecida jornalista e apresentadora de televisão.
Os jurados tiveram a tarefa de decidir se houve estupro, abuso sexual ou toques à força na ocasião -uma agressão em qualquer uma das hipóteses. Depois, foram provocados a decidir se Trump difamou Carroll ao disparar sua artilharia e afirmar que Carroll inventou as acusações para tentar aumentar as vendas de seu livro e prejudicá-lo politicamente.
Redação / Folhapress