Durante evento no Rio de Janeiro nesta quarta-feira (15), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou a reunião com o governo de Donald Trump para debater as tarifas aplicadas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.
Ao comentar sobre a conversa com o líder americano por telefone, na semana passada, Lula afirmou que “pintou uma indústria petroquímica”. A fala faz referência a “excelente química” relatada por Donald Trump, após o breve encontro dos dois presidentes na Assembleia-Geral da ONU, em Nova York.
“Quando fui falar com Trump, tinha gerado uma química na ONU, 29 segundos [de conversa], então ele me ligou, e eu disse que queria estabelecer uma conversa sem liturgia, [disse] estou fazendo 80 anos hoje, o senhor vai fazer dia 14 de junho, e vamos [nos] tratar como você. Não pintou química, pintou uma indústria petroquímica”, declarou Lula.
O governo de Trump impôs um tarifaço de 50% sobre uma série de produtos brasileiros, com exceções para setores-chave, como o de aviação – nesse caso, sujeito a uma sobretaxa de 10%.
Segundo divulgado pelo Planalto, o presidente americano designou o secretário de Estado, Marco Rubio, para dar sequência às negociações com o governo brasileiro sobre o tema. A previsão é que Rubio se encontre nesta quinta-feira (16), em Washington, com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira.
Durante o telefonema entre os líderes, eles trataram de temas econômicos e acertaram uma reunião presencial. Lula sugeriu que o encontro ocorra durante a cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), no fim de outubro, na Malásia. O presidente brasileiro embarca para a Ásia na próxima semana e disse estar disposto a visitar os Estados Unidos para encontrar Trump.
A aproximação recente ocorre após meses de tensão diplomática. Trump havia justificado as sanções contra o Brasil como resposta ao que chamou de “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), seu aliado. As medidas incluíram punições financeiras a autoridades e a cassação de vistos, que teriam sido impulsionadas por articulações do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos.
Segundo pessoas que acompanharam as discussões, o governo americano passou a sinalizar interesse em reaproximação ao perceber que as pressões não resultaram em ganhos políticos para Bolsonaro, condenado por tentativa de golpe de Estado.
As declarações de Lula nesta quarta ocorreram durante o evento de lançamento da Carteira Nacional Docente, que garantirá descontos e benefícios a professores das redes pública e privada. O documento, com validade de dez anos, poderá ser solicitado a partir desta quinta (16) pelo site do programa Mais Professores, com login via conta gov.br.



