O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, decidiu não participar da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, nos Estados Unidos, após o governo americano impor restrições à sua circulação. O Ministério da Saúde confirmou a decisão e classificou as limitações como “infundadas e arbitrárias ao exercício democrático brasileiro”.
O governo de Trump determinou que Padilha poderia se deslocar apenas entre o hotel e a sede da ONU, com exceção de situações de emergência médica. Essas restrições impedem o ministro de participar presencialmente do Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que será realizado em Washington, sendo necessário a solicitação de uma autorização especial.
“A decisão viola o Acordo de Sede com a ONU e o direito do Brasil de apresentar as suas propostas no mais importante fórum global de saúde para as Américas. O país é uma referência em saúde pública mundial e um dos principais articuladores de ações voltadas à defesa da vacina, da ciência e da vida”, escreveu o ministério da saúde.
“Não se trata de uma medida de retaliação ao ministro, mas ao que o Brasil representa na luta contra o negacionismo que retira o direito de crianças de se vacinarem e guia os retrocessos relacionados à saúde que a população norte-americana enfrenta”, ressalta o ministério.
O órgão acrescentou que Padilha permanecerá no Brasil, dedicado à votação da Medida Provisória do Programa Agora Tem Especialistas no Congresso Nacional.
Relembre
Em agosto, o governo de Donald Trump já havia cancelado o visto da esposa e da filha de 10 anos de Padilha. Entretanto, na época, o ministro estava com visto vencido desde 2024, e, portanto, não passível de cancelamento.
Na mesma semana, o Departamento de Estado dos Estados Unidos revogou os vistos de funcionários do governo brasileiro ligados à implementação do programa Mais Médicos, como o secretário de Atenção Especializada à Saúde, Mozart Julio Tabosa Sales, e o ex-assessor de Relações Internacionais do ministério e atual coordenador-geral da COP30, Alberto Kleiman.
Em comunicado, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, justificou que os servidores teriam contribuído para um “esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano” por meio do Mais Médicos.
*Com informações de Agência Brasil*



