A Polícia Civil de Minas Gerais confirmou mais uma morte na manhã desta segunda-feira (3) consequente da intoxicação causada por substâncias tóxicas na cerveja da fabricante mineira Backer. João Roberto Sales era juiz titular da 28º vara do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e tinha 75 anos. Ele é a quinta vítima da contaminação, e ao menos 29 pessoas apresentam sintomas.
O produto tóxico em questão é o dietlenoglicol, usado em sistemas de refrigeração por suas propriedades anticongelantes. Exames realizados pela perícia mineira também detectaram a presença de monoetilenoglicol na linha de produção.
Todos os pacientes contaminados apresentam sintomas semelhantes, que são: insuficiência renal aguda de evolução rápida (ou seja, que levou a pessoa a ser internada em até 72 horas após o surgimento dos primeiros sintomas) e alterações neurológicas centrais e periféricas que podem ter provocado paralisia facial, borramento visual ou perda da visão, alteração sensorial ou paralisia, entre outros sintomas. Exames apontam a presença da substância dietilenoglicol no sangue de pelo menos três pacientes internados.
Comercialização
As cervejas produzidas pela Backer tiveram a comercialização suspensa e a cervejaria foi interditada. O Ministério da Agricultura, Pecuária e abastecimento identificou ao menos 41 lotes da cerveja contaminados com as substâncias tóxicas, são elas: Belorizontina, Backer Pilsen, Backer Trigo, Brown, Backer D2, Capixaba, Capitão Senra, Corleone, Fargo 46 e Pele Vermelha.
A marca colabora com as investigações do caso e presta o suporte necessário para os atingidos. A Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar responsabilidade criminal pelo caso.